A indústria da defesa nacional tem crescido nos últimos anos e até bateu recorde de exportações em 2019. O setor gera mais de um milhão de empregos e agora está buscando mais investimentos. As informações são do Jornal da Band.
Do alfinete ao foguete. A indústria brasileira de produtos de defesa cresce e aparece mundo afora.
“Produzimos aeronaves em diversos segmentos, produzimos sistema de artilharia, produzimos embarcações leves. É realmente uma gama de produtos que nos faz ficar orgulhosos do nosso setor da indústria da defesa", orgulha-se Marcos Degaut, secretário de Produtos de Defesa.
O caso do sistema Astros, produzido pela Avibras. São sete tipos de veículos, entre lançadores de misseis e foguetes com capacidade de atingir alvos até 300km de distância com alto poder de fogo e precisão.
“Foi utilizado na guerra Irã-Iraque, na guerra do Golfo. Então é um material que já tem essa marca provada em combate tendo a sua eficiência já testada. E compete, de igual para igual, com qualquer sistema semelhante fabricado por outros países”, explicou o Tenente-Coronel Pedro Luz, comandante do centro de instrução.
Entre os maiores compradores de equipamentos brasileiros de defesa e segurança, estão países do Oriente Médio, América do Norte e América Latina. O foco é expandir os negócios no sudeste da Ásia e no mercado europeu.
Em 2019, o setor bateu recorde histórico com a exportação de mais de US$ 3 bilhões e meio de dólares (cerca de R$ 20 bilhões). O setor gera 1,3 milhão de empregos diretos, mas poderia ser melhor. A associação das indústrias de materiais de defesa e segurança reclama incentivo do setor financeiro.
"Quando alguém compra um sistema de defesa, esse sistema de defesa vai ficar com o país que comprou durante, talvez, um par de décadas. E como é a gente garante que o provedor brasileiro vai estar ali do lado quando for necessário? Muitas vezes isso tem a ver como financiamento. E financiamento no Brasil para a indústria é muito difícil, praticamente impossível de conseguir”, justificou Roberto Gallo, presidente da Abimde.
O Instituto Internacional de Pesquisas Para a Paz indica que a despesa global com defesa chegou em 2018 US$ 1,8 trilhão. O Brasil ocupa o 12º lugar do ranking, com recursos de R$ 109 bilhões.
O ministro da Defesa diz que investir na capacidade das forças armadas e na indústria nacional deve ser compromisso de governo.
“Tem que ter uma garantia governamental para você exportar o produto de defesa, ao mesmo tempo esses produtos servem as forças armadas aqui. Como o sistema Astro, como as aeronaves Embraer, como o projeto submarino, o Gripen que está sendo montado aqui. O KC 390. Então você tem aí, fora o mercado interno, você tem um mercado externo que só gera divisas para o Brasil”, diz o ministro Fernando Azevedo e Silva.
Apesar da pandemia e da falta de financiamento, a expectativa do setor é crescer. Em feiras, como a Army2020 em Moscou, o Brasil tem oportunidade de demonstrar nosso poder de fogo.