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Delegado da PF diz que houve interferência na investigação sobre Milton Ribeiro

Segundo Bruno Calandrini, houve tratamento diferenciado ao ex-ministro e o impedimento de sua transferência a Brasília

Da Redação

O delegado federal Bruno Calandrini enviou carta aos colegas da Polícia Federal denunciando “interferência na condução da investigação” que levou à prisão nesta quarta-feira (22) do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, e de mais quatro pastores por suspeita de desvios de dinheiro do Ministério da Educação. Segundo Calandrini, houve "tratamento diferenciado concedido pela PF ao investigado Milton Ribeiro e o impedimento de levar o ex-ministro para Brasília apesar de haver decisão favorável a isso.

Nesta quinta-feira (23), Ribeiro e os quatro pastores tiveram o pedido de liberdade concedido pelo desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). A decisão é liminar e vale até o julgamento do caso pela Terceira Turma do TRF-1.

Veja a carta do delegado

"Muito obrigado a todos pelo empenho na execução da Operação Mercado Pago.

A investigação envolvendo corrupção no MEC foi prejudicada no dia de ontem em razão do tratamento diferenciado concedido pela PF ao investigado Milton Ribeiro. “Vejo a operação policial como investigação na essência e o momento de ouro na produção da informação/prova.

O deslocamento de Milton para a carceragem da PF em SP é demonstração de interferência na condução da investigação, por isso, afirmo não ter autonomia investigativa e administrativa para conduzir o Inquérito Policial deste caso com independência e segurança institucional.

Falei isso ao Chefe do CINQ ontem, após saber que, por decisão superior, não iria haver o deslocamento de Milton Ribeiro para Brasília, e, manterei a postura de que a investigação foi obstaculizada ontem ao se escolher a não transferência de Milton à Brasília à revelia da decisão judicial.

As equipes de Gyn, Brasília, Belém, que cumpriram a missão de ontem, trabalharam com obstinação nas ruas e no suporte operacional, um trabalho hercúleo para o cumprimento dos mandados durante a Operação Acesso Pago, literalmente se esforçaram 24/7 e foram aguerridos em capturar todos os alvos. Faço referência especial as equipes de GYN que, mesmo após a prisão, ainda escoltaram os presos via terrestre, para a SR/PF/DF, incontinenti.

No entanto, o principal alvo, em São Paulo, foi tratado com honrarias não existentes na lei, apesar do empenho operacional da equipe de Santos que realizou a captura de Milton Ribeiro, e estava orientada, por este subscritor, a escoltar o preso até o aeroporto em São Paulo para viagem à Brasília, “Quantos presos de Santos, até ontem, foram levados para a carceragem da SR/PF/SP?

É o que tinha a manifestar em lealdade a vocês que cumpriram a missão de ontem com o espírito do verdadeiro policial federal."

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