Deltan Dallagnol rebate Bolsonaro e diz que não procurou indicação à PGR

Ex-procurador da República foi citado em vídeo publicado no fim de semana pelo presidente

Da Redação, com BandNews TV

Deltan Dallagnol, ex-procurador da República, negou nesta terça-feira (14) em entrevista à BandNews TV que tenha procurado o presidente Jair Bolsonaro (PL) em busca de indicação para assumir a Procuradoria-Geral da República.

No último domingo (12), Bolsonaro compartilhou nas redes sociais um vídeo no qual afirma que foi procurado por Dallagnol em 2019 a respeito do cargo.

“Em 2019, faltavam poucas semanas para eu indicar o PGR para o Senado, e o ajudante de ordens trouxe o telefone e falou: ‘Deltan Dallagnol quer falar contigo’. Eu falei: ‘Não vou falar com ele’. Por que eu não queria falar com ele? Eu já tinha falado antes, por um motivo muito simples: ele queria uma audiência comigo, porque ele era no momento o cotado - nas mídias sociais - como ir para o PGR, a pessoa certa para o PRG, como naquele momento também a pessoa certa para o Supremo (Tribunal Federal) seria Sergio Moro”, afirmou Bolsonaro na gravação.

Dallagnol divulgou na segunda-feira (13) um vídeo que mostra Bolsonaro, anteriormente, dizendo que o então procurador “nunca me procurou”. Segundo o hoje ex-procurador, o que houve foi uma procura por parte de interlocutores do presidente para um possível encontro.

“Eu nunca procurei ele para buscar indicação para a PGR. Interlocutores do Palácio do Planalto nos procuraram para verificar se nós aceitaríamos uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro”, disse nesta terça-feira.

“Naquele momento, eu levei essa questão aos demais procuradores. Nós trabalhamos, sempre em grupo, entre 15 e 20 procuradores, e nossas decisões são sempre coletivas. A reflexão do grupo foi de que seria inapropriado irmos a uma reunião desse tipo, porque geraria especulações infundadas sobre o nosso trabalho”, acrescentou.

Dallagnol afirmou ainda ser contrário a uma decisão por parte do presidente para a Procuradoria-Geral da República. “Eu sempre defendi a lista tríplice para a escolha do PGR”, afirmou, em referência à votação realizada pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), que indica três nomes em votação para que o Planalto escolha um nome – em geral, o mais votado.

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