O congressista Adam Schiff, da Califórnia, se tornou nesta quarta-feira (17/07) o democrata mais proeminente a pedir que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, renuncie à sua candidatura e abandone suas aspirações de ser reeleito nas eleições de novembro.
Schiff é um congressista influente que foi presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, liderou o primeiro processo de impeachment contra o ex-presidente Donald Trump e é um dos favoritos para ganhar uma cadeira no Senado nas eleições de novembro.
Aliado próximo de Pelosi
Schiff também é um aliado próximo da poderosa congressista Nancy Pelosi, ex-presidente da Câmara dos Deputados, que tem sido ambivalente em seus comentários públicos sobre se Biden deve continuar sendo o candidato democrata à Casa Branca.
"Embora a decisão de se retirar da campanha seja exclusivamente do presidente Biden, acredito que é hora de ele passar a tocha", disse Schiff ao jornal Los Angeles Times.
Schiff eleva para cerca mais de 20 o número de membros democratas do Congresso que pediram a Biden que se afastasse para dar lugar a outro candidato. Ele é o primeiro a fazer isso depois da tentativa de assassinato contra o ex-presidente e candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump.
As pesquisas mostram Trump vencendo a eleição para a Casa Branca em novembro, com Trump em vantagem em todos os estados-chave da disputa.
O péssimo desempenho de Biden durante o debate presidencial no final de junho provocou um movimento dentro do partido para forçar sua retirada antes que ele seja oficialmente proclamado o candidato.
"Condição médica"
Nesta mesma quarta, Biden disse em uma entrevista à BET News que reconsideraria sua decisão de permanecer na campanha eleitoral de novembro se fosse diagnosticado com uma "condição médica".
Questionado sobre as circunstâncias que o levariam a reconsiderar sua permanência na disputa, Biden respondeu: "Se eu tivesse uma condição médica que aparecesse, se alguém, se os médicos viessem até mim e dissessem 'você tem esse ou aquele problema'".
Essa é a primeira vez que Biden deixa a porta aberta para a possibilidade de renunciar à sua candidatura presidencial diante da crescente pressão dentro do partido para que o faça, à qual ele tem respondido de forma desafiadora.
Na entrevista à BET News, Biden também admitiu que, em 2020, ele disse que "seria um candidato de transição" e que, em 2024, passaria o bastão a outra pessoa. "Mas não previ que as coisas ficariam tão divididas. Sinceramente, acho que a única coisa que a idade traz é um pouco de sabedoria, e acho que já provei que sei como fazer as coisas pelo país. E não quero abrir mão disso”, acrescentou.
md (AFP, EFE)