Deputados iniciam coleta de assinaturas para a abertura da “CPI das Joias”

Após operação da PF que desvendou suposto esquema de venda de joias dadas ao Estado brasileiro por militares ligados a Bolsonaro, deputados cogitam CPI

Da redação

Deputados iniciam coleta de assinaturas para a abertura da “CPI das Joias”
PF deflagra operação contra venda de joias do Estado brasileiro
Reprodução/TV Band

O escândalo que envolve a suposta venda de joias dadas ao Estado brasileiro por militares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) repercute. Deputados federais, inclusive, já se articulam na coleta de assinaturas para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os fatos.

De acordo com a apuração da repórter Nathalia Pase, da Band Brasília, ao menos 108 parlamentares assinaram pela abertura da CPI. Para que o requerimento prossiga, não necessárias 171 assinaturas.

Na manhã desta sexta-feira (11), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Lucas 12:12, em referência ao seguinte texto bíblico: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”.

A operação cumpriu mandados de busca e apreensão em São Paulo, Brasília e Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, em endereços ligados ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, ao pai dele, o general Mauro Lourena Cid, e ao advogado Frederick Wassef, ex-defensor de Bolsonaro.

De acordo com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), as provas obtidas pela PF demonstram que foi criada uma estrutura para desviar presentes dados por autoridades estrangeiras a Bolsonaro no período em que estava na presidência da República.

“Os elementos de prova colhidos demonstraram que, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi criada uma estrutura para desviar os bens de alto valor presenteados por autoridades estrangeiras ao ex-presidente da República, para serem posteriormente evadidos do Brasil, por meio de aeronaves da Força Aérea brasileira e vendidos nos Estados Unidos, fatos que, além de ilícitos criminais, demonstram total desprezo pelo patrimônio histórico brasileiro”, argumentou Moraes.

Segundo as investigações, os desvios começam em meados de 2022 e terminam no início deste ano. Em um dos casos descobertos pela PF, o general Cid recebeu, na própria conta bancária, US$ 68 mil pela venda de um relógio Patek Phillip e um Rolex.

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