Dia da Mulher simboliza a luta por direitos

O dia de hoje simboliza a batalha diária das mulheres contra a violência e a busca pela igualdade de direitos

Por Maiara Bastianello

O dia de hoje simboliza a batalha diária das mulheres contra a violência e a busca pela igualdade de direitos, mas os números são preocupantes. Só na cidade de São Paulo uma mulher é agredida por hora.

Para muita gente, 08 de março é dia de flores, chocolate, um jantar especial, mas não é só isso. O Dia da Mulher é para pensar de que forma a sociedade como um todo pode agir para tornar o Brasil um país mais acolhedor e muitas vezes, são ações bem simples

“É trazer para as pessoas a ideia, a mensagem e a importância de pensar as mulheres como corpos e sujeitos políticos. É ler literatura feminista, poder votar, fazer campanha para mulheres feministas que estão, de fato, implicadas na luta dos direitos das mulheres”, disse Manuela Xavier, psicanalista, feminista e doutora em Psicologia.

Os números por vezes desanimam. A cada hora, uma mulher é agredida apenas na cidade de São Paulo. No ano passado, 33 foram vítimas de feminicídios, segundo a secretaria de Segurança Pública. A maioria dos casos acontece dentro de casa.

“Quando esse conceito de igualdade for ensinado a partir da infância, o preconceito, a violência de gênero e tantos outros problemas enfrentados por nós mulheres de todo o muno tenderão a diminuir e até desaparecer”, disse Raquel Gallinati, delegada de polícia e presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo.

O assédio faz muitas mulheres terem medo de andar pelas ruas. Um levantamento da Rede Nossa São Paulo mostrou que o transporte público é o maior palco desse tipo de violência. O estudo apontou ainda que, a cada ano, cresce o número de pessoas que acreditam que o trabalho doméstico é de responsabilidade exclusiva da mulher. 

“A gente sofre de uma coisa chamada carga mental, que é toda pressão que nós mulheres sofremos para que a gente continue com essa lógica produtivista de servir, de obedecer e atender”, explica Manuela.

Nós também temos uma participação muito menor no mercado de trabalho, apesar de sermos mais da metade da população. 

“As mulheres têm quebrado a barreira da escolaridade, elas têm uma escolaridade maior que as dos homens, mas ainda sim elas ganham menos no mercado de trabalho e ocupam as piores posições”, explica Paloma Lima, assessora de Indicadores da Rede Nossa São Paulo.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o salário médio das brasileiras é R$ 1.985, 22% a menos que o dos homens, que é de R$ 2.555. 

A participação das mulheres também tem crescido na política, ainda que timidamente. Na eleição passada, o número de vereadoras eleitas cresceu 19%. Quando se fala em mercado de trabalho as mulheres também estão empreendendo mais. Em seis anos, a alta de mulheres que abriram a própria empresa foi de 29%. 

Vídeo: Dia da Mulher, muito além de flores, luta por direitos

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