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Dia Mundial sem Tabaco: cigarro mata 8 milhões no mundo, diz OMS

Mais de 7 milhões dessas mortes são decorrentes do uso direto do tabaco e cerca de 1,2 milhão se devem ao fato de os não fumantes serem expostos ao fumo passivo

Da redação, com Agência Brasil

Número de fumantes atinge cerca de 20 milhões de brasileiros Arquivo/Agência Brasil
Número de fumantes atinge cerca de 20 milhões de brasileiros
Arquivo/Agência Brasil

Neste domingo, 31, é lembrado o Dia Mundial Sem Tabaco. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas, anualmente, em todo o mundo. Mais de 7 milhões dessas mortes são decorrentes do uso direto do tabaco e cerca de 1,2 milhão se devem ao fato de os não fumantes serem expostos ao fumo passivo.

A relação entre tabagismo e a Covid-19 é o tema sugerido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), e adotado pelo Brasil, para ressaltar a importância da data. A médica Tania Cavalcante, do Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Costa (Inca), falou à Agência Brasil que o País decidiu abordar o tema com relação ao novo coronavírus porque entende que é preciso avançar no controle do tabagismo – ainda mais neste período. “Fumantes têm um risco maior de evoluírem com complicações, demandarem mais UTIs, respiradores mecânicos. Você vai ter uma pressão maior por conta do tabagismo nos sistemas de saúde”.

Fumantes integram grupo vulnerável às complicações da Covid-19
Estudos mostram que o fumante que contraiu a doença tem um risco duas vezes maior de ser internado em unidades de terapia intensiva (UTIs), de precisar de ventilação mecânica e de ir a óbito, que uma pessoa não fumante infectada. Uma justificativa para isso é que doenças causadas pelo tabagismo, como câncer, doenças cardiovasculares (infarto, hipertensão), doenças pulmonares (enfisema, bronquite) e diabetes também relacionada ao hábito de fumar, todas aparecem como grupo de risco e de complicações pela covid-19, citou a especialista do Inca.

Tania Cavalcante ressaltou que a fumaça do tabaco é um “coquetel altamente tóxico”. São quase 7 mil substâncias tóxicas, cancerígenas, que o fumante exala todos os dias, praticamente o dia inteiro, destacou. Isso vai minando o sistema imunológico do fumante, por isso o maior risco de contrair infecções bacterianas, inclusive a tuberculose, e o vírus.

A expert ainda lembrou que a Covid-19 evolui com uma série de alterações graves, entre as quais hipóxia (ausência de oxigênio no sangue) e lesões nas partes internas dos vasos sanguíneos. “Isso gera uma resposta imunológica com uma reação inflamatória gigantesca, chamada tempestade de citocinas, e formação de trombos no organismo de forma aguda, rápida, que leva o paciente à falência múltipla de órgãos e a óbito”.

Recuperação
Ao parar de fumar, os receptores tendem a diminuir e a aparecer de forma normal. A hipóxia, que no fumante é causada pelo monóxido de carbono que ele inala na fumaça, em oito horas sem fumar já desaparece. As lesões que o fumante tem na parte interna dos vasos, bem como o processo inflamatório, desaparecem em 24 horas e a tendência de formação de broncos desaparece em duas semanas. Lá na frente, ele vai ter uma diminuição do risco de ter infarto, acidente vascular cerebral (AVC), trombose venosa profunda e tudo que está relacionado com o aumento de trombos na circulação, indicou a médica sanitarista.

Tania revelou que, atualmente, no Brasil, apesar de ter ocorrido uma queda significativa da proporção de fumantes no País acima de 18 anos, passando de 35% em 1989 para 9,8%, em 2019, o número de fumantes atinge cerca de 20 milhões de brasileiros. “É um número absurdo de fumantes. É quase sete vezes a população do Uruguai”. Esses fumantes brasileiros estão sob risco de contrair câncer e doenças cardiovasculares, que mais matam no Brasil, e agora também sob risco de serem contaminados e terem complicações da covid-29, congestionando a rede de saúde, as UTIs, reforçou.

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