
O presidente Trump está “furioso”, contou o jornal New York Times desta quarta-feira: ele quer os dois Boeing 747 Air Force One que comprou em 2018, ainda no seu primeiro mandato, por 4,3 bilhões de dólares, e que talvez não fiquem prontos até 2029, no final do seu novo mandato.
Os dois Air Force One atuais estão com 30 anos de uso. Eles são capazes de escapar de alguns ataques de mísseis e a sobreviver às consequências de uma explosão nuclear. E estão equipados para servir como centro de comando aéreo em momentos de crise.
Quando comprou os dois Air Force One, o presidente Trump sugeriu que eles fossem pintados com uma faixa vermelha, o corpo branco e a barriga azul, e não só mais azul e branco. Mas o azul que ele havia escolhido criaria problemas térmicos, e o Pentágono o trocou por um mais claro.
O atraso da Boeing na entrega dos dois Air Force One tem a ver com os sistemas especiais e secretos que a obrigam a empregar pessoal com autorização de segurança das agências de inteligência, alguns até com segurança de alto nível.
Frustrado, furioso, Trump escalou Elon Musk para apressar seus aviões. Já em ação, ele comentou que o excesso de capacidade militar dos Air Force One poderia ser reduzido. Depois, sugeriu baixar o nível de segurança para alguns dos funcionários envolvidos em sua construção, como eletricistas e mecânicos. Essas ideias não agradaram o Pentágono. Há pouco tempo foi encontrada uma garrafa de cerveja no hangar supervigiado – e quem a teria levado para lá? Outro atalho para reduzir o tempo de entrega seria cortar as longas horas de testes de voos
Musk também procurou Boeings 747 disponíveis, em bom estado. Um foi encontrado. Ele pousou na Flórida e Trump o inspecionou no fim de semana. Pertenceu a um único dono, a família real do Catar. Mas adaptá-lo para um Air Force One também demandaria muito tempo. Uma empresa que o Pentágono tem usado para converter jatos 747 para militares com a missão de continuar voando “no dia do juízo final”, ou guerra nuclear, foi procurada por Trump, a Sierra Nevada Corp, que já fabrica componentes de satélite que sua empresa espacial, SpaceX, coloca em órbita.
Quando voa em seu Boeing particular, a que chama de Trump Force One, ele pergunta aos passageiros convidados: “Não é melhor que o Air Force One? ”. Em geral, todos dizem sim. Como presidente, porém, ele só pode viajar no Air Force One, mesmo “furioso”.