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Em discurso na ONU, Zelenski acusa Rússia de genocídio

Em sua primeira aparição presencial nas ONU desde o início da invasão russa, presidente da Ucrânia pediu apoio internacional para seu país e afirmou que a Rússia não deveria ter mais permissão de possuir armas nucleares

Por Deutsche Welle

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, pediu aos líderes mundiais reunidos na Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (19/09) que se mantivessem unidos contra a guerra de agressão da Rússia contra o seu país e acusou o Kremlin de "genocídio".

"A Ucrânia está fazendo de tudo para garantir que, após a agressão russa, ninguém no mundo se atreva a atacar qualquer nação", disse ele. "Os crimes de guerra devem ser punidos, as pessoas deportadas precisam voltar para casa e o ocupante deve regressar à sua própria terra. Precisamos estar unidos para conseguir isso - e faremos isso", disse Zelenski, que ocupou o púlpito da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, para sua primeira aparição presencial na reunião anual desde que a Rússia invadiu seu país, em fevereiro de 2022.

Zelenski ainda acusou a Rússia de manipular os mercados globais de alimentos para pressionar a comunidade internacional a reconhecer as anexações ilegais de território ucraniano. "O agressor está utilizando muitas outras coisas como armas, e utiliza essas coisas não apenas contra o nosso país, mas também contra os de vocês", frisou.

Em um aceno ao Sul Global, cujo apoio Zelenski tem buscado, ele falou sobre o agravamento da crise climática e dos desastres naturais, mencionando o recente terremoto no Marrocos e as inundações na Líbia. "Temos que parar com isso. Devemos agir unidos para derrotar o agressor e concentrar todas as nossas capacidades e energia na abordagem destes desafios", disse ele na Assembleia Geral.

Na terça-feira, autoridades ucranianas disseram que nove pessoas foram mortas em ataques russos, incluindo uma ofensiva de drone que incendiou armazéns industriais.

Zelenski também acusou a Rússia de sequestrar crianças ucranianas. Em março, o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de prisão para o presidente russo, Vladimir Putin, por suspeita de deportar ilegalmente crianças da Ucrânia. O Kremlin rejeita as acusações e a jurisdição do tribunal.

"Essas crianças na Rússia são ensinadas a odiar a Ucrânia e todos os laços com as suas famílias são rompidos. E isto é claramente um genocídio, quando o ódio é usado como arma contra uma nação", disse Zelenski.

No ano passado, Zelenski apresentou um plano de dez pontos que incluía a restauração da integridade territorial da Ucrânia, a retirada das tropas russas, o encerramento das hostilidades e a restauração das fronteiras estatais do país.

Zelenski também afirmou que não se pode permitir que a Rússia - membro permanente do Conselho de Segurança - possua armas nucleares. "Os terroristas não têm direito a possuir armas nucleares", disse.

jps (Lusa, AFP, Reuters)

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