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Empresas de ônibus não vão mais contratar cobradores na capital paulista

Em nota, a prefeitura de São Paulo confirma que a determinação é transferir os cobradores para outras funções, como motorista e fiscal

Por Ana Paula Rodrigues

As empresas de ônibus não vão mais contratar cobradores na capital paulista. O fim da contratação de cobradores de ônibus foi acertado entre empresas e prefeitura de São Paulo em dezembro de 2021.

Em janeiro deste ano, a SPTrans enviou às empresas um ofício com a informação de que deixará de pagar 2,5% da remuneração aos operadores do sistema referente aos cobradores a partir de abril.

Na prática, significa que, se as empresas contratarem alguém para essa função, terão que arcar sozinhas com os custos, o que não deve acontecer.

O sindicato que reúne essas empresas confirmou que o plano é encerrar a atividade aos poucos, sem que haja demissão em massa, como explica o presidente do SPUrbanuss, Francisco Cristovão.

“A rotatividade nessa função é da ordem de 3% ao mês. Temos um plano de 40 meses é muito tempo para absorver isso naturalmente sem que gere desemprego”, disse Francisco. 

Em nota, a prefeitura confirma que a determinação é transferir os cobradores para outras funções, como motorista e fiscal.

Segundo a SPTrans, apenas 5% dos passageiros ainda pagam a tarifa em dinheiro, o que sustenta a decisão.

O que a reportagem da Rádio Bandeirantes apurou é que, aos poucos, os cobradores serão retirados dos ônibus que têm saída de passageiro à direita, uma média de 2.700 veículos.

Aqueles maiores, que têm saída à esquerda porque operam também no corredor exclusivo, seguirão com esse trabalhador. 

Em janeiro, a Rádio Bandeirantes mostrou que foi necessário aumentar as contratações de motoristas e cobradores em 20% devido aos afastamentos causados pela covid-19.

Agora, o presidente da SPUrbanuss lembra que os ônibus do sistema local já operam sem cobrador desde 2014, sem prejuízo aos passageiros.

“O cobrador era mantido aqui em São Paulo muito mais por uma questão social do que por uma questão de necessidade. Vamos ter que conviver ainda por um bom tempo. Nós vamos tirando daquelas linhas, por exemplo, sistema noturno, daqui a pouco as linhas que tenham uma frequência muito alta. Caso o passageiro não pegou o ônibus que está sem cobrador pega o do trás que tem. A própria população já está acostumada”, disse Francisco.

O sindicato de motoristas e cobradores diz que não foi procurado para discutir a determinação da prefeitura de São Paulo.

Em nota, a entidade diz que vai acompanhar a situação e pode orientar os motoristas a não circular sem cobradores nos veículos. 

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