Entenda 3 fatores humanos que podem explicar a origem dos incêndios em São Paulo

Incêndios mobilizaram força-tarefa integrada com diversas secretarias e demais órgãos do estado de São Paulo

Por Édrian Santos

Os incêndios que atingiram várias cidades de São Paulo, a partir da última sexta-feira (23), mobilizaram todas as autoridades possíveis do estado. Em meio aos focos ativos de queimadas, três mortos, 800 desalojados e prejuízos financeiros, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) instituiu um gabinete de crise para combater as chamas.

Para as autoridades, essa foi uma das maiores tragédias envolvendo queimadas no estado de São Paulo. Uma das áreas mais afetadas é a região de Ribeirão Preto, onde a cidade ficou tomada pela fumaça. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Tarcísio disse que o prejuízo pode chegar a R$ 1 bilhão.

3 tipos de incêndio causados pelo homem

Agora, forças policiais estaduais e federais investigam as causas dos incêndios, que podem ser explicadas por três fatores causadores, segundo pontuou o capitão Farina Filho, diretor de Comunicação da Defesa Civil de São Paulo. São eles: incêndio intencional criminoso, intencional não criminoso e acidental.

  • incêndio intencional criminoso: quando alguém, deliberadamente, ateia fogo em algo para prejudicar terceiros ou quando assume o risco de incendiar algo, a exemplo da soltura de balões;
  • incêndio intencional não criminoso: quando uma queimada controlada (limpeza de terrenos, queima de lixo, etc.) chega a níveis em que o causador perde o controle e o fogo se espalha; e
  • incêndio acidental: quando, sem ter noção dos riscos e da possibilidade de queimadas, alguém inicia um foco, a exemplo de jogar bituca de cigarro perto de vegetação seca.

“As três causas podem ter gerado os focos de incêndio em determinados pontos do estado de São Paulo. Não conseguimos generalizar para um fator causador apenas. Por quê? Porque o cenário estava propício para a amplificação e potencialização dos focos de incêndio, e a mão humana pode gerar as três situações. Por isso que a Defesa Civil entra para a conscientização das pessoas, para que evitem ao menos o intencional não criminoso e acidental”, disse Farina.

Esse “cenário propício” ao qual o capitão se referiu, em entrevista à Band, diz respeito às condições climáticas antes e durante os incêndios. Como exemplo, a baixa umidade do ar e onda de calor na última semana. Os ventos fortes, naquela ocasião, ajudaram a espalhar as chamas.

Gabinete de crise

Uma força-tarefa foi montada para combater os incêndios, que contou com a criação de um gabinete de crise pelo governo de São Paulo. Também houve ajuda federal, por meio da Aeronáutica, com a disponibilização do avião KC-390 para apagar incêndios. Até a última segunda-feira (26), não havia mais focos ativos.

Por outro lado, 48 cidades paulistas seguem em alerta máximo para incêndios. Apesar da frente fria sobre o estado, esta terça-feira (27) segue sem previsão de chuva. A umidade do ar pode atingir níveis críticos abaixo dos 30%.

6 presos

Seis pessoas já foram presas por suspeita de envolvimento nos incêndios. As detenções aconteceram entre sábado (24) e segunda-feira (26), nas cidades de Ribeirão Preto, Batatais, Guaraci, São José do Rio Preto e Jales. 

Mais de 20 mil hectares queimaram, o equivalente a 20 mil campos de futebol, no estado. Este é o agosto com o maior registro de incêndios em São Paulo dos últimos 26 anos.

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