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Entenda a importância da detecção precoce de um câncer

Oncologista Rodrigo Munhoz lembra atenção a hábitos saudáveis e exames

Da Redação, com Rádio Bandeirantes

Em entrevista ao programa Bandeirantes Acontece, da Rádio Bandeirantes, o médico oncologista do Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês, Rodrigo Munhoz, falou sobre a importância da detecção precoce de um câncer.

Em uma conversa com Cláudio Zaidan, Sonia Blota e Ronald Gimenez, entre diversas recomendações preventivas para serem incorporadas ao dia-a-dia, o médico lembrou a importância de fazer check-ups médicos com frequência.

“É fundamental entender que o câncer não é uma doença só; ele é um conjunto de doenças, cada uma com uma manifestação, com um conjunto de fatores de risco que podem aumentar as chances de seu desenvolvimento”, descreveu.

Munhoz explicou que existem medidas de prevenção que envolvem mudanças comportamentais, que tem por objetivo a redução do curso de um câncer se desenvolver. Entre essas medidas, o médico destaca evitar o hábito do cigarro, moderar consumo de carne vermelha e bebidas alcoólicas, praticar atividade física e evitar o sedentarismo e obesidade.

“São todas medidas que podemos incorporar no nosso dia-a-dia e lá na frente colher os frutos positivos dessa prevenção.” 

O oncologista mencionou outras formas de diagnóstico de lesões que podem se transformar em um câncer como colonoscopia de rastreamento, mamografia e toque retal. 

De acordo com Munhoz, a realização dos exames não garante proteção absoluta contra a doença, mas o início do tratamento em um momento oportuno acaba oferecendo a maior chance de cura.

“Um grande desafio que temos para o diagnóstico do câncer é justamente esse, a falta de uma identidade própria dos sintomas de cada tipo de câncer”, explicou o médico.

“É importante sempre discutir sintomas com um profissional que vai levar em consideração a possibilidade de ser um câncer ou de ser qualquer outro diagnóstico. Quanto mais jovem a pessoa, menor a chance daquele sintoma ter relação com um câncer.” 

O oncologista do Hospital Sírio Libanês diz ser difícil achar um culpado único para um câncer.

“O que sempre discutimos são os fatores de risco - ou seja, características que aumentam a chance de um tumor se formar. Existem características que são próprias, algumas das quais, genéticas, e outras características que são ambientais ou acumuladas ao longo da vida”, afirmou.

Munhoz descreve a doença como uma soma de fatores adquiridos ao longo da vida e que cada indivíduo traz para a equação suas próprias características de maior ou menor susceptibilidade. 

O médico alertou ainda o aumento no número de pacientes com quadros mais avançados que perderam a janela para o diagnóstico precoce, especialmente no momento da pandemia de Covid-19.

“Pelo mundo todo, a pandemia levou a uma redução da frequência de realização de exames preventivos, uma maior resistência ao se buscar consulta médica dos pacientes que desenvolveram sintomas ao e uma queda no número de diagnósticos de câncer”, afirmou, indo além.

“A pandemia, além do dramático impacto que estamos vivendo agora como fruto direto da infecção, ainda vai trazer uma herança nos próximos meses e anos e parte dessa herança vai ser representada no cuidado do câncer, uma vez que esses atrasos em rastreamento, em exame precoce, em investigação de sintomas, em tratamento definitivo.”

“Essa é uma preocupação muito grande de diferentes entidades e a mensagem que buscamos espalhar é justamente essa; claro, vamos continuar nos protegendo da Covid-19, mas é importante lembrar que as outras ameaças para a saúde ainda continuam por aí e não dá para baixarmos a guarda para elas nesse momento”, concluiu.

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