Entenda por que jovem que cheirou pimenta não voltará às atividades normais

Thaís Medeiros de Oliveira teve crise alérgica agravada pela asma após cheirar pimenta; saiba o que aconteceu

Da redação

Entenda por que jovem que cheirou pimenta não voltará às atividades normais
Thais Medeiros de Oliveira teve dano cerebral irreversível após cheirar pimenta
Matheus de Oliveira/Arquivo Pessoal

A trancista Thaís Medeiros de Oliveira, 25, teve lesão irreversível no cérebro após cheirar vidro de pimenta em conserva enquanto almoçava na casa do namorado.

Rubens Dias, médico da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Anápolis, em Goiás, avaliou o caso em entrevista a programa de televisão no domingo (12). A lesão foi causada por falta de oxigenação no cérebro de Thais. 

A jovem estava internada desde 17 de fevereiro na UTI do hospital e, na semana passada, foi transferida para o quarto de enfermaria. Ela deve ser transferida para um centro de reabilitação.

Segundo Dias, a paciente sofreu uma lesão neurológica grave. O médico informou que pode haver melhora em relação ao quadro atual, mas ela não deve voltar ao dia a dia de antes da reação:

"Voltar às atividades normais dela, isso dificilmente vai acontecer. O cérebro pode ter uma recuperação, mas a gente acredita que voltar às atividades habituais, infelizmente, não”.

O que aconteceu com Thais?

A jovem teve uma crise alérgica agravada pela asma, doença pulmonar crônica, de acordo com Murilo Santana, médico da Santa Casa de Anápolis.

O quadro levou à parada cardíaca de Thais, quando o coração para de bombear sangue para o corpo. A parada fez com que o cérebro não recebesse oxigênio por um tempo, explicou Dias.

Com a falta de oxigenação, o cérebro da jovem acumulou fluidos, o que aumentou a pressão no crânio e causou lesões no órgão. Esse acúmulo de fluidos é chamado de edema cerebral.

A asma é caracterizada pela inflamação e estreitamento de pequenos vasos do sistema respiratório, o que dificulta a passagem de ar até o pulmão, segundo definição da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Tanto a asma quanto uma reação alérgica grave podem levar ao broncoespasmo, que contrai as vias áreas e traz dificuldade da passagem de ar até os pulmões. A parada respiratória, se não tratada rapidamente, leva à parada cardíaca.

Entenda o caso de Thais

A jovem viajou de Goiânia, cidade onde mora, para visitar o namorado, Matheus de Oliveira, em Anápolis, cidade a 55 km. Logo após almoçar na casa dos pais do parceiro, Thais conversava com Sandra, mãe de Matheus, sobre a preparação de pimentas.

A trancista, então, cheirou um vidro de pimenta preparado por Sandra e teve uma reação alérgica imediata. "Assim que ela cheirou a pimenta, já falou que estava coçando a garganta”, disse a mãe do namorado.

Após, Matheus disse que a jovem pegou um comprimido, a bombinha de asma e os dois foram a um hospital particular. Thais chegou ao local desacordada.

Depois, foi transferida sedada e entubada para a Santa Casa, já com um quadro respiratório grave.

Adriana Medeiros, mãe da trancista, contou que a filha tinha bronquite, asma e sofria crises alérgicas com constância. Ela disse que, antes de viajar para casa do namorado, Thais teve um episódio asmático. 

A jovem sentiu falta de ar, tosse e vermelhidão na pele, mas os sintomas passaram.

Apesar das reações alérgicas constantes, pimenta nunca tinha gerado uma crise na jovem antes. Ela e a mãe tinham costume de temperar com o ingrediente em casa.

Matheus fez uma vaquinha online, para conseguir pagar os custos do hospital particular onde Thais foi atendida primeiro. Os gastos foram pagos, mas ainda dá para contribuir, para cobrir gastos com medicamentos e possíveis equipamentos necessários para a reabilitação

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