O PL não vê riscos na filiação do presidente Jair Bolsonaro ao partido. A avaliação foi feita pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ), em entrevista nesta quinta-feira (13) à Rádio Bandeirantes.
Para Portinho, o partido já era parte da base de apoio do governo Bolsonaro “desde o início”. E os dois lados podem colaborar entre si com a filiação.
“O PL é base do governo Bolsonaro desde o início, por isso acredito que há uma identidade entre o partido e o presidente. O presidente agrega muito ao PL como o PL agrega muito ao presidente, junto com a composição de outros partidos que formam o bloco de apoio, como PP, como Republicanos”, afirmou.
“A gente fala de forma pejorativa do Centrão, mas um partido de centro é um partido plural, que admite o debate interno, de ideias opostas e que consegue conviver com essas diferenças. Talvez por isso o presidente tenha encontrado no PL um partido que o tenha recebido muito bem e que possa construir junto”, completou.
Bolsonaro se filiou à sigla em novembro, após dois anos sem partido. Antes, passou por PDC (1989 a 1993), PP (1993 e 2005 a 2016), PPR (1993 a 1995), PPB (1995 a 2003), PTV (2003 a 2005), PFL (2005), PSC (2016 a 2018) e PSL (2018 a 2019). Entre 2019 e 2021, ficou sem partido.
Segundo Carlos Portinho, o PL é uma sigla com um amplo espectro de debates internos. “O PL é um partido plural, reúne diversos políticos de diversas correntes ideológicas, e a gente deve aprender a conviver com as diferenças”, afirmou, o senador, que chegou ao partido em 2020 após deixar o PSD.
Ano eleitoral
Durante a semana, Bolsonaro disse que deverá enfrentar dificuldades para promover avanços em reformas, já que 2022 é um ano eleitoral. Para Carlos Portinho, a dificuldade existe, mas as questões precisam ser debatidas.
“Esse é um ano de eleição, um ano em que já é difícil aprovar grandes reformas”, admite o senador, que admite que “talvez não haja espaço político para avançar” na reforma administrativa neste ano.
Em compensação, Portinho mostra otimismo com outras reformas. “A reforma tributária é desejada por toda a população. A gente teve avanço, sim, tanto na Câmara com projeto de reforma do imposto de renda, quando no Senado, com a PEC 110, que está muito próxima de chegar a um texto final para votação. O ano eleitoral atrapalha, mas esse material pode ser usado”, alega.
A PEC 110, de 2019, altera o Sistema Tributário Nacional. Segundo a ementa, a proposta estabelece a reforma tributária, para extinguir tributos e para criar o IBS (Imposto sobre Operações com Bens e Serviços).
O ano também é importante para o PL nos estados. O partido quer colocar nomes na disputa para os governos no Rio de Janeiro e em São Paulo. No Rio, Cláudio Castro deve tentar permanecer no cargo. Em São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura, é o nome visado.
“Em São Paulo, o PL ainda está discutindo. O candidato mais provável ao governo do PL é o ministro Tarcísio, uma pessoa de imensa capacidade técnica e que tem ajudado muito ao Brasil e ao governo federal, com diversas iniciativas e obras”, destacou.