Essequibo, petróleo e fim da ditadura: o que se espera da Venezuela pós-eleições

Especialista ouvido pela Band explica o que as eleições na Venezuela podem dizer sobre sanções econômicas, exploração de petróleo, invasão de Essequibo e fim da ditadura

Por Édrian Santos

Essequibo, petróleo e fim da ditadura: o que se espera da Venezuela pós-eleições
Eleições na Venezuela estão marcadas para este domingo (26)
Ivan Alvarado

Marcada para o próximo domingo (28), as eleições na Venezuela chamam atenção do mundo, especialmente das grandes democracias, como os Estados Unidos e, em nível mais local, o Brasil. Entre polêmicas marcadas por suspeitas de fraudes e perseguições políticas, analistas buscam explicar o que se espera deste pleito no país que vive décadas de uma ditadura chavista.

A Band ouviu o professor Vladimir Feijó, doutor em relações internacionais pela PUC de Minas Gerais. Na entrevista, o especialista analisou pontos importantes que envolvem não só a Venezuela, mas o próprio Brasil e as relações com os Estados Unidos. O que estas eleições podem dizer sobre as sanções econômicas, exploração de petróleo, invasão de Essequibo e o fim da ditadura?

Estabilidade eleitoral

Para o professor, o ponto principal desta eleição diz respeito à estabilidade democrática e, consequentemente, eleitoral de forma permanente. Isso, na prática, beneficiaria o próprio Brasil, que sofre com a onda migratória de venezuelanos refugiados, abrigados, especialmente, em Roraima. 

“Para o Brasil, é muito importante estabilidade na Venezuela. Afinal, a gente teve uma onda imensa de imigração de venezuelanos para o Brasil, seja pela crise econômica, seja pela perseguição política. A normalidade permitiria a retirada de sanções econômicas, em grau maior, pelos Estados Unidos, uma chance de retomada econômica e estabilização do fluxo migratório”, prevê Feijó.

Exploração de petróleo

O analista também prevê que o respeito ao voto popular, ainda na perspectiva da estabilidade eleitoral, beneficiaria o comércio internacional de petróleo, já que a Venezuela possui algumas das maiores reservas do mundo. No contexto de guerras, na Ucrânia e na Faixa de Gaza, reintegrar o país sul-americano amenizaria a crise na produção de combustíveis.

“O mundo, com dificuldades pela circulação de petróleo, gás e derivados, pela sequência de guerras, como a da Rússia e Ucrânia, o mundo contaria com novas oportunidades de produção e refino de petróleo. A Venezuela tem um potencial imenso para isso”, analisou o especialista.

Situação de Essequibo

Essequibo, território da Guiana sob ameaça de Nicolás Maduro, é outro tema a entrar em discussão após as eleições. Para o professor, a disputa na região tem o objetivo além dos espaços terrestres, pois a invasão também ampliaria o espaço marítimo venezuelano.

“A Venezuela é importante porque a gente tem um conflito, que está em pausa, o conflito de Essequibo, da Venezuela com os vizinhos. Não é um conflito só por terra, mas um conflito, também, pelo espaço marítimo”, completou o professor.

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