Os Estados Unidos enviaram para a Ucrânia milhares de armas e munições apreendidas há mais de um ano no mar Arábico, que estavam sendo transportadas do Irã para o Iêmen, informou o Departamento de Justiça americano nessa terça-feira (9). Trata-se da mais recente assistência militar dos EUA à Ucrânia, que está sob ataque russo desde fevereiro de 2022.
O arsenal foi enviado em 4 de abril e compreende 5.000 fuzis AK-47s, metralhadoras, rifles de precisão, lança-granadas e mais de 500 mil cartuchos de munição. Segundo o Comando Central dos EUA, o material é suficiente para equipar até 4.000 soldados ucranianos.
O armamento foi retirado de quatro embarcações apátridas interceptadas pelos EUA e pelas forças armadas de aliados entre maio de 2021 e fevereiro de 2023. O material estava sendo enviado para rebeldes iemenitas huthis, apoiados pelo Irã.
Os EUA declararam que as armas eram sua propriedade, uma vez que o deslocamento do arsenal violava resolução do Conselho de Segurança da ONU que proibiu o fornecimento de armas à milícia xiita no Iêmen. A missão permanente do Irã nas Nações Unidas negou que as armas pertencessem ao país.
Novas formas de armar Kiev
Um pacote de ajuda militar dos EUA de 60 bilhões de dólares está emperrado no Congresso americano. O Senado, controlado pelos democratas, partido do presidente Joe Biden, já aprovou o envio dos recursos, mas os republicanos na Câmara dos Representantes vêm bloqueando a votação.
De acordo com monitoramento do Instituto Kiel, da Alemanha, para substituir completamente a ajuda militar dos Estados Unidos em 2024, os países europeus precisariam dobrar o ritmo e o nível atual de ajuda militar.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, alertou nesse domingo que o seu país perderia a guerra se a esperada ajuda dos EUA permanecesse bloqueada, à medida que a Rússia aumenta a sua pressão no leste do país.
Milícia iemenita
Em outubro, uma transferência de armas semelhante foi realizada pelos Estados Unidos para a Ucrânia, envolvendo 1,1 milhão de cartuchos apreendidos que também seriam enviados do Irã aos rebeldes huthis.
Teerã apoia a milícia iemenita, que desde o outono passado tem como alvo o tráfego marítimo no Golfo de Áden e no Mar Vermelho, desestabilizando o comércio mundial, em solidariedade aos palestinos na Faixa de Gaza.
sf/cn (Reuters, AFP, Lusa)