A visita do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao Brasil, para participar da cúpula de líderes de países sul-americanos desencadeou críticas da oposição do governo Lula.
Sem visitar o país desde 2015, Maduro desembarcou em Brasília na segunda-feira (29). No mesmo dia, o deputado federal Zé Trovão (PL-SC) enviou um ofício à embaixada dos Estados Unidos no Brasil pedindo que o governante fosse preso.
“Manifesto a essa Embaixada minha indignação pela presença do ditador venezuelano em solo brasileiro, ao tempo em que peço informações de quais medidas podem ser adotadas pelo governo americano para captura deste criminoso", escreveu o deputado.
Em março de 2020, Maduro foi acusado de narcoterrorismo, conspiração para importar cocaína, posse de metralhadoras e outros crimes pelo procurador-geral dos Estados Unidos durante o governo de Donald Trump, William Barr. Saiba mais abaixo sobre a situação legal de Maduro nos EUA.
Apesar da acusação, não há ordem ou pedido internacional de prisão expresso pelo governo norte-americano. Sem essas medidas e como não há acusações contra Maduro no Brasil, o país não tem jurisdição para detê-lo.
Maduro é procurado nos Estados Unidos?
Durante o governo de Donald Trump, em março de 2020, o presidente da Venezuela foi acusado de administrar e liderar o Cartel dos Sóis, suposta organização de tráfico de drogas composta por altos funcionários do país.
Desde então, os Estados Unidos oferecem recompensa de US$15 milhões - cerca de R$75 milhões - por informações que levem à condenação ou prisão de Maduro.
O nome "Cartel dos Sóis" vem do emblema estampado nos uniformes das Forças Armadas venezuelana, nos quais os sóis seriam equivalentes às estrelas das fardas brasileiras.
De acordo com o Departamento de Estado dos EUA, a organização atuou em conjunto com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), grupo guerrilheiro paramilitar.
Maduro negociou carregamentos de várias toneladas de cocaína produzida pelas FARC; instruiu o Cartel dos Sóis a fornecer armas de nível militar às FARC, aponta o órgão estatal.
Para o departamento, o presidente facilitou o tráfico de drogas em larga escala. O líder da Venezuela não foi a única figura de poder do país a ser indiciada na ocasião.
Figura forte do chavismo, Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional Constituinte, também está entre os acusados.