O Facebook disse nesta quarta-feira (5) que vai manter as contas do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump suspensas até tomar uma decisão definitiva.

O comitê de supervisão da empresa, que é formado por diversos especialistas em direito independentes, concordou com a decisão da rede social de suspender Trump quando ele incentivou apoiadores que invadiram o Capitólio, o Congresso do país.

Entretanto, o grupo que funciona como uma espécie de STF do Facebook criticou a pena por tempo indeterminado. O comitê disse que não há previsão para esse tipo de punição nas políticas da empresa e que houve falta de transparência.

O colegiado ainda disse que "nem sempre é útil fazer uma distinção firme entre líderes políticos e outros usuários influentes, reconhecendo que outros usuários com grandes públicos também podem contribuir para sério risco de danos".

Outra recomendação é que o valor noticioso de uma informação não deve ser prioridade quando ações urgentes precisam ser tomadas para evitar risco grave às pessoas.

O comunicado publicado hoje afirma que o "Facebook tem uma 'permissão de divulgação' que libera que conteúdo que viole suas políticas permaneça na plataforma, se o Facebook considerar o conteúdo 'digno de notícia e de interesse público'". A rede social justifica que nunca usou essa medida com Trump antes dos ataques ao Capitólio, mas revelou que "havia 20 peças de conteúdo da página do Facebook do ex-presidente e da conta do Instagram que os revisores de conteúdo ou automação inicialmente marcaram como ‘violando os Padrões da comunidade do Facebook’, mas foram finalmente determinados como não sendo violações".  

As recomendações do comitê de supervisão podem mudar como o Facebook trata as postagens de líderes políticos no futuro.

Todas as postagens de Trump permanecem visíveis, mas ele segue impedido de fazer novas publicações.