A rede elétrica nacional de Cuba sofreu um apagão geral que se estendeu por todo o país nesta sexta-feira (18/10), após uma usina termelétrica falhar, informou o Ministério de Energia e Minas cubano.
O país já registrava problemas na rede elétrica desde quinta-feira. Pouco antes do meio-dia, porém, a usina Antonio Guiteras, a maior e mais eficiente do país, parou de funcionar, o que levou a uma falha total na rede e deixou cerca de 10 milhões de pessoas sem eletricidade — o equivalente a 91% da população.
Como medida de emergência, o governo fechou as escolas, universidades e indústrias não essenciais, em um esforço para manter as luzes acesas para os moradores. Também foi ordenado o fechamento de atividades recreativas e culturais, incluindo bares e clubes noturnos. Apenas os funcionários de empresas estatais de alimentação e saúde foram convocados a trabalhar.
"Estamos dedicando prioridade absoluta à atenção e solução desta contingência energética de alta sensibilidade para a nação", afirmou o presidente cubano Miguel Díaz-Canel na rede social X.
"O sistema ficou sem energia em todo o país", disse à televisão estatal Lázaro Guerra, diretor-geral de Eletricidade do Ministério de Energia e Minas. Quando a termelétrica saiu de serviço, "o sistema colapsou" e "está em zero total desde aquele momento", acrescentou. Ainda não há previsão para a retomada do serviço.
País tem crise de abastecimento de combustível
A crise marca um novo ponto crítico em Cuba, onde os cidadãos já sofrem com a escassez de alimentos, combustível, água e medicamentos.
"A situação piorou nos últimos dias", disse o primeiro-ministro de Cuba, Manuel Marrero Cruz, em um discurso em rede nacional de televisão nas primeiras horas da sexta-feira. "Devemos ser totalmente transparentes... temos interrompido atividades econômicas para garantir energia para a população."
Durante seu discurso, Marrero foi acompanhado por Alfredo López, chefe da União Elétrica Nacional de Cuba (UNE), que disse que o apagão foi causado pelo aumento da demanda de pequenas e médias empresas e pelo uso de ar-condicionado nas residências, além de falhas em usinas termelétricas antigas sem manutenção.
"A escassez de combustível é o principal fator", disse Marrero. Os ventos fortes que começaram com o Furacão Milton na semana passada também prejudicaram a capacidade da ilha de entregar o combustível para as usinas de energia.
O governo de Cuba também culpa o embargo comercial dos Estados Unidos, bem como as sanções impostas pelo ex-presidente americano Donald Trump, pelas dificuldades em adquirir combustível e peças de reposição para operar as usinas. Os EUA negaram que seriam culpados pelos problemas de energia em Cuba.