
A Frente Nacional Antirracista (FNA) protocolou uma ação no Ministério Público do Trabalho para ampliar a investigação sobre a situação da relação de trabalho em todos os quiosques na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro
A representação conta com a assinatura de 60 entidades do Movimento Negro e foi motivada pelo assassinato do jovem congolês Moïse Kabagambe, no último dia 24.
A FNA é parceira da Band e da Cufa (Central Única das Favelas) na Campanha "Band, Cufa e FNA Abraçam os Estados".
A campanha já arrecadou R$ 72 milhões em doações para ajudar pessoas atingidas pelas chuvas nos estados da Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Piauí, Tocantins e São Paulo. Saiba como doar.
Relembre o caso
Um crime bárbaro ocorrido na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, chocou o Brasil e o mundo nas últimas semanas. Na noite de 24 de janeiro, uma segunda-feira, o refugiado congolês Moïse Kabagambe foi encontrado sem vida, com mãos e pés amarrados e sinais de espancamento próximo de um quiosque onde trabalhava.
Quem era a vítima?
Moïse Kabagambe, de 24 anos, fugiu da guerra civil e da fome na República Democrática do Congo, na África, e veio para o Brasil em 2014 tentar começar uma nova vida com a mãe e os irmãos.
Como foi o crime?
Segundo o depoimento de familiares e amigos, Moïse saiu de casa dizendo que iria até o quiosque Tropicália, próximo ao Posto 8, na praia da Barra da Tijuca, para cobrar R$ 200 pagamentos atrasados de duas diárias. O jovem também costumava dizer que estava cansado de “brincadeiras” que eram feitas com ele no serviço.
As câmeras de segurança do próprio quiosque mostram um grupo de ao menos cinco pessoas atacando Moïse com socos, chutes e pedaços de madeira. Em determinado momento, ele foi imobilizado. Ainda assim, seguiu sendo agredido por mais cinco minutos, aproximadamente.
Após perceberem que a vítima estava imóvel, alguns dos envolvidos na agressão tentaram reanimá-lo com uma massagem cardíaca. Depois, fugiram do local de carro.
O corpo do congolês foi encontrado à noite. Ele morreu de traumatismo do tórax, com lesão pulmonar.
O porrete usado pelo grupo foi encontrado em uma área de mata perto do quiosque.