A presença de militares no governo de Jair Bolsonaro (sem partido) não indica a presença das Forças Armadas no papel de fiador do presidente, nem simboliza que Exército, Marinha e Aeronáutica devam entrar em jogo de poder.
A avaliação é do General Santos Cruz, que foi ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência do Brasil até junho de 2019. Para o militar da reserva, a decisão de atender a convites de Bolsonaro é uma “decisão pessoal” de cada integrante das forças.
“Fica parecendo que a instituição está envolvida. O vice-presidente (Hamilton Mourão, PRTB) é general, mas é vice-presidente também eleito”, exemplificou Santos Cruz, em entrevista nesta sexta-feira (13) à BandNews TV.
Santos Cruz ainda afirmou que o governo Bolsonaro se afastou de promessas de campanha, como o combate à corrupção. Para o militar, enquanto a candidatura “criminalizou” o chamado centrão, o governo tem se mantido aliado ao bloco desde que assumiu.
“Acredito que ele está mantendo a atitude desde que entrou. A diferença é entre a campanha e o exercício efetivo da função. Na fase de campanha, foram ditas as coisas que a sociedade queria ouvir”, afirmou o ex-ministro.
“Desde o momento que entrou, (Bolsonaro) foi outro. Desde o início. Não vejo mudança de atitude do início para agora”, completou.