O presidente do fórum de governadores, Wellington Dias (PT), disse que o grupo tenta articular medidas restritivas em sincronia entre todos os Estados para combater o agravamento da pandemia de covid-19 pelo Brasil e evitar “uma tragédia maior”.
“Um conjunto de medidas, adequadas a cada Estado, para as 27 unidades da federação ao mesmo tempo. Claro que seria uma medida mais adequada sob a coordenação do poder central. Mas não sendo, nós, pelo fórum dos governadores, estamos buscando adotar para ver se fazemos isso até domingo”, explicou o governador em entrevista ao programa Ponto a Ponto, comandado pela jornalista Mônica Bergamo e o cientista político Antônio Lavareda na BandNews TV, na noite desta quarta-feira (10).
Dias usou o cancelamento de eventos de Carnaval de 2021 por todo o Brasil como exemplo e disse que para esse “pacto pela vida” é preciso se discutir pontos como quais são os serviços considerados essenciais para definir o que precisa ser paralisado ou restringido. Ele citou o controle maior da circulação de pessoas em aeroportos e medidas de lei seca, a restrição de venda de bebidas alcoólicas, como forma de diminuir a transmissibilidade do vírus e diminuir acidentes, aliviando a pressão sobre sistema de saúde.
O governador confirmou que vai enviar um documento ao governo de Joe Biden, nos Estados Unidos, para a liberação, parcial ou total, de 10 milhões de doses da vacina AstraZeneca que estão estocadas, já que a campanha de vacinação americana foi preparada a partir das recomendações do uso de doses outras farmacêuticas (Pfizer, Janssen e Moderna).
Dias avalia que, com a sanção de Bolsonaro sobre a MP da compra das vacinas, o plano nacional de vacinação avança. Ele citou a russa Sputnik, que aguarda aval da Anvisa para liberar o uso emergencial. O Instituto Gamalea, em parceria com a União Química, tem acordo encaminhado com o fórum de governadores para o início de entrega de 8 milhões de doses mensais a partir de abril.
O governador piauiense atribui parte do cenário grave de aumento da pandemia a atitudes do governo Bolsonaro de negação à ciência e citou a demora na mobilização para aquisição de vacinas, o que começou a acontecer apenas em fevereiro.
“Nós não tivemos coordenação ampla, seguindo a ciência, a partir do poder central. Isso é fato, não é só tirar a responsabilidade dos estados”, avaliou, lembrando da pressão do fórum de governadores junto ao Ministério da Saúde para um cronograma nacional para a vacinação.
Volta de Lula ao cenário político
Companheiro de partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Wellington Dias comemorou o fato de o colega ter reavido seus direitos políticos por conta da anulação das condenações da Lava Jato decididas pelo ministro do STF Edson Fachin.
“É importante para o País. O Brasil precisa, nesse instante, de alguém com capacidade de articulação, de trazer esperança, de unificar. Ele tinha tudo para vir cheio de mágoas, mas ele quer trazer essa coisa nova, positiva”, celebrou.