Gaza tem fortes explosões após Hamas rejeitar o cessar-fogo

Ao que tudo indica, Haniyeh pretendia ter duas semanas de cessar-fogo, antes da troca nos moldes da que ocorreu em novembro

Por Moises Rabinovici

Gaza tem fortes explosões após Hamas rejeitar o cessar-fogo
Gaza tem fortes explosões após Hamas rejeitar o cessar-fogo
REUTERS TV via REUTERS

Fortes explosões em Gaza, no final desta quarta-feira (20), coincidiram com as notícias de que o Hamas acabava de rejeitar o cessar-fogo oferecido por Israel, condição para uma nova troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos. 

O chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, chegou ao Cairo, na manhã de quarta-feira, para examinar uma proposta de cessar-fogo preparada pela CIA, o Mossad e o emir do Catar. Pelo que vazou dela, haveria um cessar-fogo de uma semana, seguido de uma troca de reféns por prisioneiros que poderiam ser selecionados pelo Hamas. 

Ao que tudo indica, Haniyeh pretendia ter duas semanas de cessar-fogo, antes da troca nos moldes da que ocorreu em novembro. Israel estava contando com a libertação de 40 reféns, principalmente mulheres e vulneráveis.

Antes do anúncio do impasse nas negociações no Cairo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez estas declarações duras em Jerusalém: 

“Continuamos a guerra até o fim. Continuará até que o Hamas seja eliminado – até a vitória. Quem pensa que vamos parar não está ligado à realidade. Não deixaremos de lutar até atingirmos todos os objetivos que estabelecemos: a eliminação do Hamas, a libertação dos nossos reféns e a remoção da ameaça de Gaza. Estamos atacando o Hamas com fogo – fogo infernal. Em todos os lugares, inclusive hoje. Também atacamos seus assistentes de perto e de longe. Todos os terroristas do Hamas, do primeiro ao último, são mortais. Eles têm apenas duas opções: render-se ou morrer.”

Em Washington, o presidente Biden mostrou-se pessimista, reconhecendo que “um acordo entre Hamas e Israel não é iminente”. Cerca de 130 reféns estão nos túneis de Gaza, 19.667 palestinos foram mortos desde o início da guerra, em 7 de outubro, e 52.286 estão feridos. 

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, disse na noite de quarta-feira que "está intensificando os combates" na Faixa de Gaza. 

"Fizemos a transição para o combate em Tuffah, adjacente a Shujaiya, completando nossos esforços em Jabalya, Beit Hanoun, Shujaiyeh, todos voltados para as comunidades israelenses da fronteira de Gaza. Nosso objetivo é moldar a segurança ao longo da fronteira, parte de nossa luta contra o terror nessas zonas. Estamos garantindo uma situação de segurança diferente para os residentes israelenses, quando chegar o momento de seu retorno". Ele acrescentou a conclusão da conquista do “Bairro dos Líderes”, uma rede de túneis que conectavam apartamentos, escritórios e esconderijos usados pela alta hierarquia do Hamas.

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