General indicado para comandar Petrobras diz não ter recebido 'recomendação de interferência na política dos preços'

General indicado para comandar Petrobras diz não ter recebido 'recomendação de interferência na política dos preços'

Da Redação, com Rádio Bandeirantes

General indicado para comandar Petrobras diz não ter recebido 'recomendação de interferência na política dos preços' Rubens Fraulini/Itaipu
General indicado para comandar Petrobras diz não ter recebido 'recomendação de interferência na política dos preços'
Rubens Fraulini/Itaipu

O general indicado para comandar a Petrobras afirmou, em entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes, não ter recebido "recomendação de interferência na política de preços". Joaquim Silva e Luna ressaltou que o valor dos combustíveis hoje é definido, sobretudo, pela cotação do petróleo no mercado internacional e do dólar no Brasil.

Além disso, segundo o general, as decisões sobre reajustes são tomadas pela diretoria-executiva, e não dependem apenas do presidente da estatal.

“O presidente não fez qualquer recomendação para mim com relação a preço, a interferência em política de preço. Até porque, pelo pouco que eu conheço ainda da atividade interna da Petrobras, política de preço é competência da diretoria-executiva, ou seja, é uma vontade coletiva”, disse. 

Na entrevista ao Jornal Gente, Silva e Luna procurou ser prudente com as palavras, uma vez que a indicação precisa do aval do Conselho de Administração da Petrobras.

Ainda com relação aos preços, o general disse ter percebido que o presidente Jair Bolsonaro espera que eles sejam mais previsíveis para o consumidor.

“O momento é sensível, é sensível até com relação à ponta da linha, onde está o caminhoneiro, quem usa o gás. O que está impactando mais é o valor do barril de petróleo no mundo e o próprio valor do câmbio, que já está alto há algum tempo. A preocupação do presidente é legítima, né. Acho que é de todos nós. Eu diria que ela está em dois aspectos, pelo que eu percebi: previsibilidade dos preços e o preço do combustível propriamente dito”.

A Petrobras tem 52 mil empregados e chega a pagar salários de mais de R$ 100 mil - três vezes o que ganha o presidente da República.

Um relatório da Secretaria de Desestatização do Ministério da Economia indica que só em auxílios são acrescidos quase R$ 3 mil aos vencimentos. 

Tem ajuda para o pagamento babá, creche e até cuidador - custos que acabam chegando ao preço de produtos e serviços de qualquer empresa, afirma Silva e Luna.

Biografia

O general da reserva nasceu na cidade de Barreiras, em Pernambuco, e tem 71 anos. A formação acadêmica inclui pós-graduação em Projetos e Análise de Sistemas pela Universidade de Brasília, mestrado em Operações Militares, e doutorado em Ciências Militares.

Antes da indicação para a Petrobras, Silva e Luna comandou durante 2 anos a parte brasileira da Usina Hidrelétrica de Itaipu.

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