
O governo de Portugal caiu nesta terça-feira (11) após um escândalo que atingiu o primeiro-ministro do país, Luís Montenegro. A Aliança Democrática (AD), de centro-direita, tinha o maior número de deputados, mas não maioria absoluta no parlamento, o que a obrigava a fazer acordos com outros partidos, sobretudo o Partido Socialista (PS).
Luís Montenegro estava no comando da administração do executivo há apenas 344 dias, mas foi abalado quando se descobriu que a Spinumviva, empresa da qual ele é dono, recebia pagamentos mensais por consultoria e proteção de dados.
A situação foi vista como conflito de interesse e a oposição ameaçou abrir uma CPI para investigar a situação. Diante disso, o governo decidiu convocar uma moção de confiança, um ato em que parlamentares poderiam votar sobre a continuidade da administração.
Durante o debate da medida, a AD chegou a interromper a sessão para tentar algum acordo com o PS, cujo líder. Pedro Nuno Santos, rejeitou categoricamente. O chefe do partido de esquerda ficou particularmente revoltado com a proposta do governo de que a CPI, se aberta, durasse apenas 15 dias.
A moção contou com votos contrário do PS, Chega, de extrema-direita, e dos partidos de esquerda Bloco de Esquerda, Partido Comunista Português (PCP), Livre e o Pessoas-Animais-Natureza (PAN).
"As coisas são o que são. Nós tentamos tudo", lamentou Luís Montenegro. Agora, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, deve convocar novas eleições.