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Governo do DF nomeará novo comandante para a Polícia Militar

Governador Ibaneis Rocha definirá quais cargos serão exonerados. Polícia Federal cumpriu mandados de prisão contra cúpula da PM do DF

Da Redação com Agência Brasil

Governo do DF nomeará novo comandante para a Polícia Militar
Ibaneis Rocha
Cristiano Carvalho/Agência Brasília

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, disse nesta sexta-feira (18), em Brasília, que conversará com o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, para definir o nome do novo comandante-geral da Polícia Militar do DF para substituir o atual comandante, Klépter Rosa Gonçalves, preso em operação da Polícia Federal.

A investigação apura o envolvimento da cúpula da PM nos atos antidemocráticos do 8 de janeiro que causaram danos aos prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal. Os acontecimentos foram classificados pelo governador como um “episódio dramático e trágico. As respostas têm que acontecer ao longo do período do inquérito policial”.

"Vou conversar com o secretário de Segurança e ele vai me indicar o nome e nós vamos nomear (para o comando da PM). Ele vai analisar a denúncia, ver o que tem contra cada um deles e nós vamos ver quem será exonerado”, adiantou Ibanez.

Ibaneis Rocha disse que a PM não pode ficar sem comando. “Já houve o afastamento das funções e, agora, temos que escolher os substitutos para continuar dentro da normalidade da nossa cidade. Não podemos ficar com uma corporação como a Polícia Militar acéfala e temos que ter um comando ali dentro para que a gente possa dar sequência ao trabalho na cidade”.

Questionado por jornalistas, o governador disse que “decisão judicial se cumpre” e afirmou que não foi o responsável pela indicação do atual comandante da Polícia Militar.

"Lembrando que o comandante indicado [Klépter Rosa Gonçalves] não foi por mim, foi na época do meu afastamento. Foi o interventor [quem indicou]." O governador se referia a Ricardo Capelli, que comandou a intervenção na segurança pública do DF entre 8 e 31 de janeiro. Coube a Capelli a nomeação de  Klépter, dias após os atentados de 8 de janeiro.

Ibanez afirmou também que não está surpreso com a operação que prendeu hoje preventivamente autoridades no Distrito Federal, por autorização do Supremo Tribunal Federal. "Acho que as coisas estão andando de forma natural. Houve ontem (17) a representação do Ministério Público e o ministro acatou. Tem que respeitar", finalizou.

Operação da Polícia Federal

A P (18) sete mandados de prisão preventiva e outros cinco de busca e apreensão contra integrantes da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal. 

A operação que mira a cúpula da Polícia Militar do DF acontece após determinação do Supremo Tribunal Federal a partir de uma denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República. 

Veja quem são os alvos: 

Coronel Fábio Augusto Vieira; 

Coronel Klepter Rosa Gonçalves (comandante-geral da PMDF); 

Coronel Jorge Eduardo Naime; 

Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra;

Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues;

Major Flávio Silvestre de Alencar; 

Tenente Rafael Pereira Martins.

Além dos mandados de prisão e de busca e apreensão, bloqueio de bens e afastamento das funções públicas também foram pedidos pela PGR. Os pedidos foram feitos pelo coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos (GCAA), Carlos Frederico Santos, a partir do resultado de apurações realizadas nos últimos oito meses.

Segundo a PGR, os alvos da Polícia Militar do Distrito Federal poderiam evitar danos e as invasões às sedes dos Três Poderes. A principal denúncia é com relação a omissão dessas pessoas que estão sendo alvos dos mandados. 

“Ao oferecer a denúncia e requerer as medidas cautelares, o subprocurador-geral da República apresentou relato detalhado das provas já identificadas e reunidas na investigação, as quais apontam para a omissão dos envolvidos”, informou a PGR em comunicado. 

Os alvos da operação são investigados pelos crimes de omissão, abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e por infringir a Lei Orgânica e o Regimento Interno da PM do DF.

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