Por causa da greve dos metroviários, vigente a partir da 0h desta quarta-feira (19), quatro linhas do Metrô de São Paulo estão com os serviços afetados, parcial ou totalmente nas linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata.
Três ramais funcionam parcialmente. Na linha 1-Azul, entre as estações Ana Rosa e Luz; na Linha 2-Verde, o serviço funciona entre o Alto do Ipiranga e Clínicas; na Linha 3-Vermelha, as composições circulam entre Bresser-Mooca e Santa Cecilia.
O Metrô informou que, na Linha 1-Azul, a passagem na estação Luz vale para a CPTM e a Linha 4-Amarela, que não foi paralisada pela greve. Na Linha 2-Verde, a transferência na Chácara Klabin para a Linha 5-Lilas e Linha 4-Amarela estão abertas. Já na Linha 3-Vermelha, as transferências na estação Brás e República estão abertas.
A Linha 15-Prata segue sem funcionamento. As Linhas 4-Amarela e 5-Lilas estão operando normalmente, assim como as linhas da CPTM.
Está prevista para às 15h desta quarta uma reunião entre o sindicato dos metroviários e a Justiça de São Paulo. O Tribunal Regional do Trabalho convocou uma audiência com as partes envolvidas para tentar pôr um ponto final na greve. Por enquanto, não há previsão de volta à normalidade dos serviços.
A SPTrans informou que acionou o Paese (Plano de Atendimento entre Empresas em Situação de Emergência) já às 4h desta quarta. Seis linhas especiais que saem das estações do Metrô até a região central foram criadas para atender os passageiros com uma frota total de 163 coletivos. São elas:
Metrô Jabaquara - Praça da Sé (40 veículos)
Metrô Tucuruvi - Praça do Correio (28 veículos)
Metrô Santana - Praça do Correio (20 veículos)
Itaquera - Pq. Dom Pedro II (40 veículos)
Metrô Artur Alvim - Pq. Dom Pedro II (20 veículos)
Metrô Vila Matilde - Pq. Dom Pedro II (15 veículos)
Linha- 2 verde Vila Madalena - Vila Prudente (40 veículos)
A SPTrans solicitou ainda às concessionárias que aumentem o número de partidas em todos os horários e que mantenham em circulação a totalidade da frota ao longo de toda a operação, no pico da manhã, entrepico e pico da tarde.
Ouvintes da BandNews FM relataram que as estações compartilhadas entre o metrô e a CPTM ficaram superlotadas durante a madrugada e a manhã. As medidas de distanciamento físico para reduzir a circulação do coronavírus foram ignoradas na tentativa de chegar ao destino pretendido com o menor atraso possível. Os reflexos da greve também se refletiram no trânsito da capital paulista, principalmente na Radial Leste.
De acordo com a CET, o pico de lentidão na capital foi de 161 km às 9h - marca que só perde para o que foi registrado na manhã de 13 de março.
Rodízio suspenso
Por conta da paralisação dos metroviários, a Prefeitura de São Paulo anunciou que o rodízio municipal de veículos para automóveis está suspenso nesta quarta. Com isso, a circulação de veículos leves ficará liberada no centro expandido durante todo o dia, independentemente do final da placa.
A circulação de automóveis também estará liberada entre às 21h desta quarta (19) e 5h desta quinta (20), no horário em que o rodízio segue o toque de restrição imposto pelo governo estadual por conta das medidas de combate à pandemia.
A greve dos metroviários
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo aprovou o estado de greve após assembleia virtual no fim da noite desta terça (18). Segundo o grupo, não houve acordo com o governo estadual para reajuste salarial, já que o Metrô de São Paulo não enviou representantes para a audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho.
Em assembleia on-line, 77,4% dos trabalhadores votaram pela paralisação total das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata.
Logo depois, uma liminar da Justiça determinou a manutenção de 80% dos trabalhadores no horário de pico e 60% nos demais horários, sob pena de multa de R$ 100 mil em caso de descumprimento.
Alexandre Baldy, secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, afirmou à BandNews FM que o governo de São Paulo vai manter o diálogo com os metroviários, mas avalia que a reivindicação dos trabalhadores é inviável neste momento.
A categoria pede um reajuste salarial de 9,7%, enquanto o governo paulista ofereceu 2,6% não retroativo.
À Rádio Bandeirantes, o secretário ressaltou que a multa de R$ 100 mil de paralisação “não será perdoada” e que há funcionários que ganham mais de R$ 9 mil, os quais chamou de “marajás”.
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