Hamas tem centro de comando em hospital? Dúvida está prestes a ser respondida

Dúvidas sobre centro de comendo do Hamas no subsolo do hospital Al Shifa está prestes a ser respondida. Israel e Estados Unidos dizem que sim

Por Moises Rabinovici

Hamas tem centro de comando em hospital? Dúvida está prestes a ser respondida
Hamas tem centro de comando em hospital? Dúvida está prestes a ser respondida
Reuters

Uma dúvida no ar está prestes a ser respondida debaixo da terra: afinal, o Hamas tem um centro de comando no subsolo do hospital Al Shifa? Israel e Estados Unidos respondem que "sim". O Hamas, a direção do Al Shifa e alguns médicos contestam: "não".

Israel construiu grande parte dos prédios que compõem o hospital Al Shifa quando governava Gaza. Ao retirar-se, em 2005, o Hamas assumiu e, em 2007, começou a escavar seus porões originais, aprofundando-os depois para conectá-los à rede de túneis sob a cidade, conhecida como "metrô".

Militares israelenses construíram uma maquete do "metrô" em terceira dimensão, revelaram áudio em que o Hamas discute o QG abaixo do Al Shifa e vídeos em que prisioneiros falam dos túneis, sob interrogatório.

Agentes da CIA corroboraram as informações obtidas por Israel, entre elas a de que a "estação principal do metrô, Al Shifa," teria vários andares, salas para reuniões, arsenal, alojamentos e depósitos — um espaço em que caberiam centenas de pessoas.

A Anistia Internacional divulgou um relatório em que afirma que o Hamas estava usando áreas abandonadas do Al Shifa, "incluindo a área da clínica ambulatorial, para deter, interrogar, torturar e maltratar suspeitos, mesmo quando outras partes do hospital continuavam a funcionar como centro médico", segundo o jornal New York Times.

O diretor do Al Shifa, Mohammed Abu Salmiya, desmente totalmente a existência de um QG do Hamas sob seus pés. Médicos e funcionários do hospital negam que haja algo mais que doentes e feridos entre internados e feridoas no ambulatório.

As tropas de Israel estão retirando os doentes do Al Shifa para outros hospitais. "Não atacaremos os civis, mas o hospital. O que está embaixo dele tem que ser esvaziado", disse o vice-conselheiro de segurança israelense, Chuck Freilich. Vários outros hospitais de Gaza estão cercados. Mais de 30 pacientes já morreram com a falta de energia que desligou os aparelhos que os mantinham vivos. 

(Ilustração do New York Times para uma ótima reportagem interativa sobre os túneis de Gaza publicada na semana passada. 

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