Moises Rabinovici

Hezbollah dispara mísseis contra Israel em resposta à morte do líder do Hamas

Barragem de mísseis foi centrada no Monte Meron — onde, segundo o Hezbollah, haveria uma instalação militar

Moises Rabinovici

Hezbollah dispara mísseis contra Israel em resposta à morte do líder do Hamas
Guerra em Israel
Reuters

O grupo Hezbollah disparou 40 mísseis contra 90 comunidades do norte de Israel, neste sábado, como "resposta inicial" ao assassinato do segundo homem do Hamas, Saleh al-Arouri, em Beirute, durante a semana.

A barragem de mísseis foi centrada no Monte Meron — onde, segundo o Hezbollah, haveria uma instalação militar. Foram "62 mísseis de vários tipos", acrescentou, 22 a mais pelas contas de Israel. Ainda ecoaram alertas de ataque de drone em toda região da Alta Galiléia.

O Monte Meron é um local de peregrinação anual de religiosos judeus e uma reserva natural que hoje estava pontuada pela fumaça dos impactos do ataque. Uma hora depois da primeira salva, o Hezbollah disparou contra cidades da fronteira, Metula e Margaliot.

O bombardeio não feriu ninguém. O porta-voz militar israelense disse que retaliou, atingindo as fontes dos mísseis com ataques aéreos que incluíram outros alvos no sul do Líbano, como Ayta ash-Shab, Yarun e Ramiyah. As populações sul-libanesa e israelense do norte partiram em busca de locais mais seguros, abandonando suas casas, e criando um vazio que pode virar um campo de batalha.

O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, repetiu em dois discursos pela TV, durante a semana, que a reação ao assassinato de Saleh al-Arouri "está chegando". O problema: ele não quer atrair a aviação israelense à Beirute, que foi reconstruída das ruínas da guerra civil e da invasão de Israel que expulsou Yasser Arafat para o exílio, em 1982. O governo libanês pediu a Nasrallah para não provocar a expansão da guerra de Gaza para o Líbano. As forças do Hezbollah, armadas e treinadas pelo Irã, são mais poderosas do que o exército libanês. Em seu arsenal, haveria 150 mil mísseis.

"Não podemos ficar calados diante de uma violação dessa magnitude (o assassinato de al-Arouri), pois isso significa que todo o Líbano seria exposto", explicou Nasrallah. "Permitir que Israel tenha sucesso em suas operações em Gaza faria com que seguisse o mesmo caminho no Líbano."

O Líbano reclamou formalmente à ONU sobre o ataque de Israel contra al-Arouri, morto por seis mísseis lançados por aviões detectados no céu de Beirute, e sobre a frequente invasão do espaço aéreo libanês para ataques à Síria, que tem sistemas de defesa antiaérea russos.

Nasrallah contou 670 operações de seu grupo contra Israel desde 8 de outubro, o dia seguinte ao massacre do Hamas nas cidades israelenses da fronteira com Gaza em que morreram 1200 pessoas e 240 foram sequestradas. Ele também disse que perdeu 148 de seus combatentes nos ataques de Israel até agora. Segundo uma resolução da ONU de 2006, o Hezbollah deveria estar ao norte do rio Litani, e não perto da fronteira israelense.

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