Victor Arthur Possobom, o padrasto que foi filmado esmurrando e sufocando o enteado de 4 anos em Niterói (RJ), se entregou à polícia na noite desta sexta-feira (16). Ele compareceu com um coronel da Polícia Militar e um advogado a 77ª DP (Icaraí) e depois foi encaminhado para a 76ª DP.
O homem que agrediu e sufocou um menino de 4 anos em Icaraí, Niterói, teve o mandado de prisão preventiva expedida pela Justiça do Rio de Janeiro nessa sexta-feira (9) à noite. A decisão aconteceu depois do Tribunal aceitar a denúncia do Ministério Público.
De acordo com a juíza Juliana Besso Ferraz, "há nítida superioridade física do réu face à vítima, o que por si só já demonstra a crueldade da conduta e a condição de indefeso da mesma. Analisando as fortes imagens anexadas aos autos, verifica-se que a vítima demonstrava um comportamento tranquilo, passivo e, aparentemente, nada fez para provocar uma reação tão desmensurada por parte do réu".
O caso aconteceu no dia 20 de fevereiro desse ano e foi registrado por câmeras de segurança do prédio de Victor, as quais mostram ele prensando a cabeça do menino contra o espelho de um elevador.
A decisão da prisão preventiva acontece praticamente sete meses depois do caso.
Em nota, a delegacia de Icaraí, que investiga o caso, disse que só teve conhecimento do video quinta-feira (15). A nota afirma que "os agentes analisam as imagens registradas da agressão que, segundo a delegacia, não haviam sido entregues oficialmente à época do ocorrido, coletam depoimentos e realizam demais diligências para esclarecimento dos fatos."
Porém, o dono da empresa que fazia as filmagens do condomínio em questão, Leonardo Salgado, disse que o vídeo foi entregue no dia 21 de fevereiro, um dia depois da agressão.
"Eu procurei imediatamente a polícia, imediatamente. Agora que foi tomado a providência. Isso é uma vergonha. Mas o caso foi relatado logo no dia seguinte", comentou Leonardo.
A advogada de Jéssica Carvalho, mãe do menino, afirma que há um mês tenta ajuda da polícia e que em fevereiro, assim que o síndico teve acesso às imagens, levou o caso à polícia e ao conselho tutelar.
De acordo com a decisão da justiça, Jéssica descreveu com "detalhes as agressões sofridas durante todo o relacionamento conjugal com o réu, havendo indícios de que a conduta perpetrada mostrava-se reiterada, estando a vítima em situação vulnerável, bem como aqueles que o rodeiam como sua genitora".
Foragido, Victor Possobom está com a filha de 1 ano do casal. Segundo Jéssica, mãe da menina, ela não vê a filha desde que saiu da casa de Victor, há cerca de dois meses. Foi pedido um mandado de busca e apreensão para que ela consiga a guarda da menina.
“Meu bebê veio a falecer”
Nesta sexta-feira (9), Jéssica relatou, à TV Band, os detalhes da relação abusiva entre ela e Victor. Ela conta que Victor agride ela há meses e que perdeu um bebê, ainda na barriga, por agressões do criminoso.
"Raramente eu saía (de casa), quando eu saía era sempre sozinha. Ele me restringia ´'total' de fala, com a minha família principalmente. Eu não conseguia ter contato com eles. Com as agressões, eu acabei perdendo o meu bebê. Ele me jogava no chão, já chegou a dar um chute na minha barriga", disse Jéssica.