O Ministério Público do Trabalho divulgou nesta quarta-feira (10) que resgatou uma trabalhadora doméstica de 62 anos em situação de trabalho análogo à escravidão na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O resgate ocorreu no último dia 3 após mandado de segurança por decisão do Tribunal Regional do Trabalho.
Segundo a investigação, a idosa trabalhava na casa há 15 anos e tinha autonomia limitada. Ela trabalhava ininterruptamente para a família, sem folgas, férias e só poderia se relacionar com as pessoas do círculo familiar e social dos empregadores.
Apesar de ter registro na carteira de trabalho e salário depositado na conta bancária dela, até mesmo a senha de acesso à conta era compartilhada com o patrão. O trabalho era realizado das 6h às 21h e, nos últimos anos, ela começou a se queixar de dores e cansaço, mas a rotina de trabalho não mudou.
"Por tudo isso, tem-se que ela era submetida a condições de vida e trabalho degradantes, incompatíveis com respeito a sua dignidade humana”, declarou Thiago Gurjão, procurador do Trabalho que participou da operação.
O empregador foi preso em flagrante pela Polícia Federal e firmou termo de ajustamento de conduta, se obrigando a pagar direitos trabalhistas e indenização por danos morais.