Inteligência Artificial vai substituir os artistas? Revista propõe discussão

Por Moises Rabinovici

Inteligência Artificial vai substituir os artistas? Revista propõe discussão
Inteligência Artificial vai substituir os artistas? Revista propõe discussão
Foto: Reprodução

O artista está com bloqueio criativo? Elementar: só pedir ajuda à Inteligência Artificial (IA). Nem sempre dá certo, como o demonstra a capa da New Yorker desta semana, ilustrada por Christoph Niemann e dedicada à tecnologia.

— A IA vai substituir os criadores? - perguntou a diretora de Arte da revista, François Moully.

— Até agora, não vi nada que chegasse perto disso, é algo bastante superficial. Tenho certeza de que a arte gerada por inteligência artificial se tornará cada vez melhor e, eventualmente, poderá até criar trabalhos conceituais intrigantes. A questão decisiva será: conseguimos identificar se a arte foi feita por um ser humano? (...) Para mim, a arte tem a ver com a intenção humana. Se uma audiência maior concordar, os criadores ficarão bem; caso contrário, estamos condenados — respondeu.

(A faixa da esquerda da New Yorker guia o leitor para uma área interativa em que qualquer um pode se juntar "a um diligente robozinho para criar sua própria capa”, lembra Moully.)

Niemann diz que não tem como proteger seus direitos autorais de trabalhos passados, mas que poderá usar, doravante, uma ferramenta que "envenenará" o que fizer: "Eu tenho tantas imagens na web - não há como marcá-las. E, mesmo que eu tentasse, só encontraria as que estão conectadas ao meu nome. Uma abordagem muito mais promissora é usar uma nova ferramenta maravilhosa que permite "envenenar" sua arte. Chama-se Nightshade. Basicamente, funciona assim: você cria uma imagem de um gato, mas o arquivo contém pixels ocultos, então o algoritmo pensará que é, por exemplo, uma árvore. Se pessoas suficientes gerarem imagens desse tipo, os motores de IA produzirão cada vez mais nonsense."

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