Inundações repentinas fizeram mais de 200 vítimas na província de Baghlan, no norte do Afeganistão, informou neste sábado (11/05) a Organização das Nações Unidas, enquanto se realizam os trabalhos de resgate.
Foi declarado estado de emergência nas regiões onde rios de lama subitamente engoliram milhares de casas e hectares de culturas, informou o Ministério da Defesa afegão. Segundo um funcionário da Organização Internacional para Migração (OIM), mais de 2 mil casas teriam sido destruídas em Baghlan.
O Afeganistão atravessou um inverno muito seco, dificultando a absorção da chuva pelo solo. As inundações desta primavera anormalmente chuvosa afetaram também outras províncias de um dos países mais pobres do mundo e mais vulneráveis às mudanças climáticas – mas também um dos menos preparados para suas consequências, segundo cientistas.
O Ministério da Defesa anunciou que "foram iniciadas operações de distribuição de alimentos, medicamentos e kits de primeiros socorros às vítimas. A Força Aérea começou a retirar os residentes à medida que o tempo melhora", transferindo mais de uma centena de feridos para hospitais.
Inundações não pouparam nenhuma região do Afeganistão
As mortes se estendem também a outras áreas do Afeganistão. As autoridades de defesa civil da província de Takhar, vizinha de Baghlan, registraram 20 mortos e 14 feridos na sexta-feira. "Além das perdas humanas, estas inundações causaram perdas financeiras gigantescas", comentou um funcionário daquele departamento.
A enviada dos Estados Unidos para o Afeganistão, Rina Amiri, escreveu nas redes sociais: "Meu coração está com as vítimas das inundações no Afeganistão, que ceifaram muitas vidas humanas e causaram danos significativos". Ela pediu ao governo talibã "que enfrente a devastação causada pelas mudanças climáticas" no país já depauperado por quatro décadas de guerra.
Praticamente nenhuma região foi poupada: desde meados de abril, as cheias e inundações já causaram numerosas mortes em dez províncias, além de destruir milhares de casas e submergir muitas terras agrícolas. Dos mais de 40 milhões de afegãos, 80% dependem da agricultura para sua sobrevivência.
av (Lusa,AP,AFP)