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Irã ordena fechamento de instituto alemão em Teerã

Medida pode ter sido represália a ação semelhante adotada pelo governo alemão contra centro islâmico em Hamburgo. Teerã acusa entidade de violar leis iranianas. Berlim convoca embaixador para dar explicações.

Por Deutsche Welle

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Autoridades judiciais iranianas ordenaram nesta terça-feira (20/08) o fechamento de duas sedes do Instituto Alemão de Idiomas (DSIT), em Teerã, em uma possível represália a uma ação anterior do governo alemão que proibiu um centro islâmico em Hamburgo.

O portal de notícias Mizan, associado ao Judiciário iraniano, relatou que os dois locais foram considerados "centros ilegais afiliados ao governo alemão" que teriam "violado as leis iranianas, cometido diversas ações ilegais e extensivas violações financeiras".

Testemunhas relataram que agentes de segurança isolaram a sede da instituição no distrito de Ekhtiareh, no norte de Teerã, enquanto imagens de um grande número policiais no local surgiam nas rede sociais.

O DSIT foi fundado em 1995 pela embaixada da Alemanha em Teerã. A entidade se define em seu portal de internet como "uma das principais instituições para o aprendizado do idioma alemão" no país, oferecendo cursos para jovens e adultos.

Alemanha convoca embaixador do Irã

O Ministério alemão do Exterior condenou a ação contra o instituto, que considerou injustificável, e convocou o embaixador iraniano em Berlim para dar explicações. A pasta exigiu a reabertura imediata do instituto.

"O intercâmbio linguístico molda a fundação da compreensão mútua", disse o Ministério, em nota. "Os funcionários do instituto realizam seu trabalho com a intenção de reforçar a conexão entre os povos do Irã e da Alemanha, com enorme engajamento."

O portal de notícias Nournews, associado ao aparato estatal de segurança publica do Irã, sugeriu que a decisão de ordenar o fim das atividades no local teria sido tomada em reação ao fechamento do Centro Islâmico de Hamburgo (IZH), em julho.

À época, a ministra alemã do Interior, Nancy Faeser, descreveu o IZH como um "importante centro de propaganda iraniana na Europa". O Irã reagiu convocando o embaixador alemão para dar explicações e criticou o que chamou de uma "ação hostil" e um "claro exemplo de Islamofobia". Na semana passada, o IZH apelou na Justiça alemã contra a proibição.

Relações diplomáticas estremecidas

As relações diplomáticas entre os dois países sofreram abalos nos últimos anos, com vários cidadãos alemães – alguns com dupla nacionalidade – sendo presos no Irã sob suspeita de espionagem.

Em 2023, o jornalista iraniano-alemão e engenheiro de software Jamshid Sharmahd foi considerado culpado pelo crime capital de corrupção associado ao terrorismo e condenado à morte pela Justiça iraniana.

rc (dpa, Reuters)

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