A organização internacional não governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF) anunciou nesta quarta-feira (1º) que apresentou uma queixa de crimes de guerra cometidos contra jornalistas nos territórios palestino e israelense ao Tribunal Penal Internacional (TPI).
Segundo a organização, os jornalistas foram vítimas de ataques que equivalem, no mínimo, a crimes de guerra, justificando uma investigação por parte do TPI. A denúncia foi apresentada ao órgão em 31 de outubro.
“A queixa da RSF detalha os casos de nove jornalistas mortos no exercício do seu trabalho desde 7 de outubro e de outros dois que ficaram feridos, também no exercício do seu trabalho. Cita também a destruição intencional, total ou parcial, das instalações de mais de 50 meios de comunicação em Gaza”, informou a organização.
Segundo a contagem do Repórteres Sem Fronteiras, 34 jornalistas foram mortos desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, sendo que 12 foram mortos no exercício da profissão – 10 em Gaza, um em Israel e um no Líbano.
“A escala, a gravidade e a natureza recorrente dos crimes internacionais contra jornalistas, especialmente em Gaza, exigem uma investigação prioritária por parte do procurador do TPI. Temos apelado a isso desde 2018. Os atuais acontecimentos trágicos demonstram a extrema urgência da necessidade de ação do TPI”, declarou Christophe Deloire, secretário-geral da RSF.