Israel pede renúncia do secretário-geral da ONU

Guerra no Oriente Médio causa conflitos políticos no Conselho de Segurança das Nações Unidas em Nova York

Por Moises Rabinovici

Israel pede renúncia do secretário-geral da ONU
Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, na fronteira entre Egito e Gaza
REUTERS/Amr Abdallah Dalsh

No Conselho de Segurança, em Nova York, e no front, em Gaza, a guerra Israel-Hamas atingiu um clímax explosivo. Israel pediu a renúncia do secretário-geral da ONU, António Guterres, por declarar: “O ataque terrorista do Hamas não aconteceu em um vácuo; os palestinos vivem sob ocupação há mais de cinco décadas.” O embaixador israelense Gilad Erdan completou: "É realmente triste que o chefe de uma organização que surgiu após o Holocausto tenha opiniões tão horríveis".

O ministro das Relações Exteriores da Autoridade Palestina, Riyad al-Maliki, também discursou no Conselho de Segurança, acusando a comunidade internacional de "seletividade e dois pesos e duas medidas" quando se trata de questões palestinas e por não oferecer proteção e vida digna aos civis palestinos. "Essa matança em massa não os ofende?", perguntou.

O ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, observou que todas as nações deveriam estar indignadas com o assassinato de civis e com o fracasso em resolver o conflito palestino-israelense. "Estamos indignados" -- ele disse. "Há uma ocupação que é a causa raiz de todo o mal na região e ela deve acabar."

Os ministros das Relações Exteriores de países árabes pediram um cessar-fogo imediato e o fim do bloqueio de Gaza. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu aos membros do Conselho de Segurança para impedir que o Irã abra outras frentes de luta contra Israel. Ele lembrou que combatentes pró-iranianos atacaram o pessoal dos EUA no Iraque e na Síria. "Não queremos que essa guerra se amplie, mas se o Irã ou seus representantes atacarem o pessoal dos EUA, não se engane, defenderemos nosso povo e nosso pessoal rapidamente".

No front em Gaza, o número de mortos pelos bombardeios aéreos bateu o recorde de 700 mortos em 24 horas. Vários hospitais fecharam por falta de combustível que mantinha seus geradores funcionando para diálises, operações de urgência e aparelhos na UTI. Os israelenses continuam estacionando tanques na fronteira de Gaza e ameaçam avançar com infantaria, mesmo sabendo que o Hamas deve ter preparado armadilhas para surpreendê-los e estão em um labirinto de túneis, com 220 reféns de várias nacionalidades e também israelenses, capturados no ataque em 7 de outubro.

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