Depois de um fim de semana trágico em Gaza, com um total de 70 a 250 mortos, Israel despachou para Washington seu ex-embaixador nos EUA, Ron Dermer, para debater meios de reduzir a guerra de alta para baixa intensidade.
Dermer hoje é o ministro de Assuntos Estratégicos e o confidente mais próximo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Ele deverá se reunir com o assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, com o secretário de Estado, Tony Blinken, e com membros do Congresso.
Os 70 mortos foram recolhidos dos escombros do bairro de Al-Maghazi, bombardeado por Israel na segunda-feira. Os 250 mortos seriam o total das últimas 24 horas, com cerca de 500 feridos, vítimas de ataques na área central de Gaza, em Bureij, Nuseirat e Al Maghazi. Os números são do Ministério da Saúde controlado pelo Hamas. Com mais três mortos, de ontem para hoje, o total de Israel chegou a 158.
A tônica em Israel, ditada pelos chefes militares, é a de que a guerra deve prosseguir por vários meses. “Para a paz, o Hamas deve ser esmagado, Gaza desmilitarizada e os palestinos desradicalizados”, afirmou o primeiro-ministro Netanyahu.
Mesmo com a previsão de uma longa guerra, o enviado à Casa Branca, Ron Dermer, tem na agenda uma pauta para o fim da guerra que divide os EUA e Israel. O governo Biden quer que a Autoridade Palestina assuma um papel em Gaza e promova eleições. O governo israelense já tinha rejeitado essa ideia. Mas agora quer apresentar o que foi batizado de R.P.A., ou Autoridade Palestina Reformada. O problema é que o atual presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, é impopular com os próprios palestinos e sem crédito com o primeiro-ministro Netanyahu.