Jairinho vira réu por crime de estupro contra ex-namorada

Segundo a denúncia, o crime aconteceu em 2015, quando o ex-vereador teria drogado a então companheira e praticado relações sem consentimento

Por Agatha Meirelles

A Justiça do Rio aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou o ex-vereador Jairinho réu pelo crime de estupro. A decisão é da semana passada.

De acordo com o MP, a vítima foi uma ex-namorada. Segundo a denúncia, o crime aconteceu em outubro de 2015, quando Jairinho teria drogado a então companheira e praticado relações sexuais sem consentimento.

O documento do MP também relatava casos de violência doméstica. Em dezembro de 2016, o político teria agredido a ex-namorada com chutes, o que provocou uma fratura no dedo do pé.

Já no ano passado, Jairinho teria aplicado um mata-leão nela após se irritar com a falta de acesso ao celular pessoal dela. Os promotores também dizem que, em outra ocasião, o ex-vereador foi até a casa da vítima e a obrigou a entrar no carro, onde ele teria a agredido com puxões de cabelo e um soco no rosto.

De acordo com os promotores, o relacionamento entre os dois durou seis anos e chegou ao fim em 2020.

O ex-vereador Jairinho é reu por homicídio triplamente qualificado e tortura, além de coação de testemunhas, pela morte de Henry Borel, de 4 anos, em 8 de março, em seu apartamento na Barra da Tijuca, no Rio. Já a mãe de Henry, Monique, foi denunciada por homicídio, tortura omissiva, falsidade ideológica e coação de testemunha.

Jairinho também é acusado de agressão e tortura em outros dois casos: a tortura da filha de uma ex-namorada, entre 2010 e 2013, além do caso de agressões contra o filho de ex-namorada Débora de Mello Saraiva, que teriam sido cometidas entre 2015 e 2016.

Quem é Dr. Jairinho?

Jairinho foi eleito vereador pela primeira vez em 2004, aos 27 anos, na esteira do pai, o Coronel Jairo, deputado estadual, policial militar reformado, e apontado como um dos líderes da milícia Liga da Justiça. Ele passou por PSC, MDB e PROS antes de se filiar ao Solidariedade, partido do qual foi expulso depois de se tornar suspeito do assassinato de Henry.

Com o desenrolar do caso, Jairinho teve o mandato cassado como vereador do Rio em 30 de junho. Ele foi o primeiro parlamentar da história da Câmara de Vereadores fluminense e perder o cargo.

Monique Medeiros, 32 anos, era uma professora de classe média do Rio de Janeiro até o ano passado. Concursada do município do Rio, ela trabalhava como diretora numa escola em Senador Camará, comunidade da zona oeste da cidade. Ganhava cerca de R$ 4 mil por mês. 

As mudanças vieram depois que ela conheceu o vereador Jairinho, em agosto do ano passado. Logo depois, Monique foi cedida ao Tribunal de Contas do município com salário quatro vezes maior.

Mais notícias

Carregar mais