Jornal da Band

20 anos do 11 de setembro: Como Nova York conseguiu se recuperar depois dos atentados

Cidade precisou se reinventar para lutar contra o fantasma dos ataques terroristas

Eduardo Barão, do Jornal da Band

Depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York, nos Estados Unidos, a cidade, as famílias das vítimas e os sobreviventes precisaram lutar para tentar espantar o fantasma da tragédia que abalou o mundo.

Os locais exatos onde estavam as torres gêmeas foram transformados em monumentos para homenagear quem morreu nos ataques. Um deles é o museu do 11 de setembro, que fica sob o memorial. Logo na entrada, é possível ver duas vigas de aço remanescentes da fachada da torre norte. 

Cerca de 30 metros abaixo do nível da rua, está exposta parte da fundação do antigo World Trade Center, que foi tombada como Patrimônio Histórico Nacional.

Para reconstruir a área sul de Manhattan, foi levantado um complexo de prédios. Um deles é o mais alto do município, com 541 metros de altura, e fica no mesmo local onde estavam as torres gêmeas. 

O projeto do novo World Trade Center é de Daniel Libeskind, que venceu a competição com profissionais do mundo todo em 2002. “Não se trata apenas de aumentar a segurança dos prédios, mas de criar um espaço que tenha função social para as pessoas bem no meio de Nova York e de fazer algo melhor do que construir duas torres. Criar um lugar que tenha um propósito social para a cidade”, conta Libeskind.

O brasileiro Larri Pinto de Faria é um sobrevivente do 11 de setembro. No dia do ataque, ele trabalhava em uma corretora no 25º andar da primeira torre que foi atingida. 

“Eu olhei pro cara do meu lado que era brasileiro, meu amigo e falei ‘isso aqui vai cair, vamos embora daqui’. Na mesma hora peguei minhas coisas e já fui para a escada de emergência. Quando eu cheguei lá embaixo, que eu botei o pé na rua, foi o primeiro momento que eu senti que eu ia sobreviver, porque até aquele momento eu estava apavorado”, conta

Ele foi testemunha do poder de superação do nova-iorquino. Depois do ataque, ele viveu quase 20 anos nos Estados Unidos e viu a área das antigas torres gêmeas se transformarem. Voltou ao Brasil há menos de um ano. 

“Todo mundo ajudou, todo mundo se esforçou para a volta à normalidade. Então foi um sentimento de solidariedade, acho que essa é a palavra principal, isso o nova-iorquino tem nos momentos difíceis”, afirma.

Julgamento de acusados

Nesta semana foi retomado o julgamento de cinco acusados de participação nos ataques. Eles estão presos na prisão militar de Guantânamo, em Cuba. Não há previsão para divulgação da sentença.

Entre eles está Khalid Sheikh Mohammed, apontado como autor intelectual dos atentados de 11 de setembro.