50 anos da morte de Pixinguinha, um gênio da música brasileira

O legado de Pixinguinha é um milagre que abençoou para sempre a música brasileira

Por Laila Hallack

Há quem diga que com ele, nasceu a alma da música brasileira. Alfredo Da Rocha Vianna Filho cresceu cercado de música, no Rio de Janeiro. Herdou do pai e dos irmãos o apreço pelas notas, partituras e saraus

Na infância, ganhou da avó o apelido de "pizindim", que logo virou Pixinguinha. Aos 14 anos compôs o primeiro choro. Ainda jovem, fez parte de vários grupos. Mas foi com os Oito Batutas, na França, que a carreira decolou fora do Brasil.

Foi compositor. Intérprete. Maestro e arranjador. Autor de mais de mil composições de diferentes estilos. Marchinhas de carnaval então. Foram dezenas. Amava a festa popular. E entre suas criações, um grande clássico da nossa cultura. 

Nos primeiros acordes já dá para reconhecer a canção. Com melodia de Pixinguinha e letra de João de Barro, carinhoso é considerada uma espécie de hino brasileiro. Quase cem anos depois, fez bonito até nas olimpíadas de 2016, na voz de Martinho Da Vila.

No final da década de 60, o músico foi frequentador assíduo de um bar na zona norte. Um dos clientes mais ilustres, mas tão simples que costumava aparecer de pijama mesmo. Fazendo do boteco uma espécie de extensão da própria casa.

As homenagens ao mestre podem ser vistas espalhadas pela cidade maravilhosa (grafite, metrô de Ipanema, estátuas). A mais recente apresenta ao público 50 músicas inéditas do maestro. Um projeto em forma de espetáculo e quatro discos. Que revelam "Pixinguinha como nunca"

Na harmonia de uma vida que mudou os rumos da cultura popular, o último acorde foi aos 75 anos. No dia 17 de fevereiro de 1973, Pixinguinha esteve na igreja Nossa Senhora Da Paz para o batizar o filho de um amigo. 

Mas o futuro padrinho do menino não chegou ao fim da cerimônia. Morreu aqui mesmo, em pleno carnaval. Onde 50 anos depois sua obra permanece viva.

Se para Vinícius De Moraes ele era "São Pixinguinha", o legado do artista é quase um milagre que abençoou para sempre a música brasileira. 

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