Abuso de Zolpidem e medicamentos para o sono pode causar problemas graves

Brasil comprou 21 milhões de caixas do remédio, que pode criar dependência e abuso no consumo

Igor Calian e Marina Oliveira

Cada vez mais popular, o Zolpidem e outros remédios do tipo para combater a insônia tiveram aumento nas vendas no Brasil em 2022. Foram 21 milhões de caixas do medicamento, 1 milhão a mais que no anterior. O uso indiscriminado do remédio pode causar consequências sérias para quem toma. 

Uma delas é o cansaço, que, mesmo com o sono em dia, não faz a pessoa descansar. É o caso de Ágatha Souza, que tomava Zolpidem receitado por um médico. “Cheguei a tomar seis comprimidos por noite. No outro dia era terrível, não tinha foco, meu dia era ruim", conta. 

Cada vez mais, as pessoas utilizam o medicamento de forma abusiva. Nos consultórios, há relatos de pacientes que chegam a tomar mais de 40 comprimidos por noite. Dalva Poyares, neurologista do Instituto do Sono, explica que o uso sem acompanhamento é prejudicial. 

“As pessoas podem ter alucinações, ficarem dependentes do remédio, são consequências do uso abusivo”, diz. Não é todo paciente que precisa do medicamento, o tratamento exige hábitos saudáveis como boa alimentação, exercícios e acompanhamento psicológico. 

Luciano Drager, presidente da Associação Brasileira do Sono, diz que dormir não tem botão de ‘liga e desliga’ e que o corpo precisa de mudanças. “O nosso corpo precisa de sinalizadores para a gente poder fazer uma transição saudável e adequada entre o momento que nós estamos acordados e para o momento que nós possamos dormir e que a qualidade e quantidade do sono sejam adequada para cada indivíduo", explica. 

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