
O anúncio da saída dos Estados Unidos do Acordo do Clima de Paris pode afetar a COP 30, Conferência das Nações Unidas sobre o Clima neste ano. De acordo com o tratado, o país que anuncia a saída do acordo de Paris só deixa de ser integrante do grupo um ano depois. Ou seja, os Estados Unidos ainda estarão dentro do acordo durante a Conferência do Brasil.
O governo brasileiro se prepara para receber 50 mil pessoas de dezenas de países em novembro. O presidente da Confederação 30 foi anunciado nesta terça-feira (21). É o embaixador André Corrêa do Lago, Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty.
No anúncio de hoje, que já estava marcado desde a semana passada, foi feito um dia depois de o presidente Donald Trump anunciar a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris.
O tratado internacional, com mais de 200 países, busca diminuir os efeitos do aquecimento global, um dos principais assuntos para a Conferência do Clima na capital paraense.
“Estamos todos analisando as decisões do presidente Trump, mas não há a menor dúvida que terá um impacto significativo na preparação da COP e na maneira como nós vamos ter que lidar com o fato de que um país tão importante está se desligando desse processo", disse André Corrêa.
O governador do Pará, Helder Barbalho disse, em uma rede social, que espera Donald Trump para discutir o futuro do planeta. Por outro lado, o presidente da COP, comenta “vão tentar trazer o Trump para a COP? Essa pergunta eu não estava pronto para responder”.
André Corrêa não espera que os Estados Unidos boicotem as discussões com outras nações. Na Casa Branca, ao ser perguntado sobre a relação com o Brasil, Trump respondeu: “é ótima. Tem que ser ótima. Eles precisam de nós, muito mais do que precisamos deles. Nós não precisamos deles. Eles precisam de nós. Todos precisam de nós”.
Oficialmente, o Planalto não se manifestou, mas a secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores minimizou a declaração, “ele pode falar o que quiser, é o presidente dos Estados Unidos. Vamos analisar cada passo do governo, mas como somos um povo com fé na vida, vamos procurar apoiar e trabalhar não as divergências, mas as convergências, que são muitas”.