Quando mais precisava de um transporte por aplicativo, o jornalista Manuel Marçal ficou na mão. Indignado, ele relata: “Eu só queria voltar para casa”. Assim como ele, várias pessoas já perceberam que está cada vez mais difícil conseguir uma corrida nos aplicativos.
Os motoristas costumam justificar que, além da falta de condutores, os remanescentes passaram a selecionar viagens mais rentáveis por conta do aumento de preço de combustível.
Do outro lado, Bruno Carvalho, motorista de aplicativo há cinco anos, também desabafa. Segundo ele, está tudo caro. “Manutenção de carro, tudo caro, gasolina e aplicativos não fazem nada, mandam promoções irrisórias”, revela.
Para rever a situação, os dois grandes aplicativos de transporte de passageiros do país, Uber e 99, anunciaram reajuste no ganho das corridas para os motoristas, por causa do aumento do preço dos combustíveis. A medida não afeta o valor da tarifa para os passageiros.
No caso da Uber, o reajuste será de até 35% e, na 99, o aumento vai de 10% a 25%. O reajuste vale para mais de 20 regiões metropolitanas, incluindo Belo Horizonte, São Paulo, Brasília e Salvador. Para Esther Arantes, motorista de aplicativo e representante da categoria, os reajustes são um avanço, mas insuficientes.