Os ataques a caixas eletrônicos aumentaram este ano em todo o país. Só na Bahia, já foram 32 casos em 2021 – quase o dobro de ações contra bancos e caixas eletrônicos no ano passado.

São ações bem planejadas, com tiroteios e explosões, que acontecem principalmente no interior, onde há menos policiamento, principalmente em datas próximas ao pagamento de salários, aposentadorias e auxílios emergenciais. É o chamado “novo cangaço”.

Pesquisadores sobre segurança pública dizem que não é por acaso que os ataques a bancos aumentaram na pandemia. Esse crime passou a ser a opção de quadrilhas que tiveram queda de faturamento no tráfico de drogas, já que as vendas dos entorpecentes caíram com o cancelamento de festas.

“A população perde muito. Do ponto de vista econômico, o comércio da região é atingido, mas também o psicológico da vizinhança e dos trabalhadores dessas agências fica bastante abalado”, explicou Augusto Vasconcelos, presidente do Sindicato de Bancários da Bahia.

Em maio, a polícia prendeu o homem apontado como o maior assaltante de bancos do estado, que foi detido em Osasco, na grande São Paulo. Ainda assim, os ataques continuam nas cidades baianas.

O que Roque Morais antes considerava uma vantagem, agora lhe traz medo. Ele mora em frente a um supermercado com caixa eletrônico. O lugar foi alvo de criminosos na última segunda-feira (5).

“A gente nunca está preparado para este tipo de coisa. Aí como é que se sente seguro? Não tem segurança”, relatou o mecânico.