O Banco Central Europeu aumentou os juros pela primeira vez em 11 anos. A medida é uma tentativa de segurar a inflação - um problema mundial.
Desde 2011, o Banco Central Europeu não havia interferido na taxa de juros. Mas a pandemia, a guerra na Ucrânia e uma crise energética iminente enfraqueceram o euro - que chegou à paridade com o dólar, na semana passada. Foi a cotação mais baixa em 20 anos.
Com o aumento da taxa de juros, o objetivo do Banco Central Europeu é conter a inflação histórica que atingiu em junho 8,6% em 12 meses, um recorde para a zona do Euro.
A guerra no continente prejudica o fornecimento de petróleo. Tudo fica mais caro. E ainda há a ameaça do corte do fornecimento de gás pela Rússia para os países do bloco no próximo inverno.
Diante dessa onda de incertezas, a instituição decidiu se posicionar e elevou os juros em meio ponto percentual - quando o esperado era 0,25 ponto percentual.
A presidente do banco central europeu Christine Lagarde já adiantou afirmou que “as taxas de juros vão continuar num patamar indesejável por algum tempo".
A expectativa é a de que o euro consiga, pelo menos, defender o patamar de 1 pra 1, em relação ao dólar.
O aumento na Europa não é isolado. Os bancos centrais de todo o mundo estão elevando as taxas, em um ritmo que não era visto há décadas. É uma resposta à inflação que atinge muitos países desde o início de 2021
Pelo menos 70 bancos centrais já realizaram altas de juros neste ano. Até o banco central suíço, país conhecido pelas taxas negativas, elevou os juros no mês passado pela primeira vez em 15 anos.