Jornal da Band

"Banco do crime" lavou R$ 700 milhões em três anos

Quadrilha usava carros-fortes para entregar dinheiro vivo aos clientes

Da Redação

Cinco pessoas foram presas hoje acusadas de criar o "banco do tráfico", um sistema que lavou R$ 700 milhões do crime e entregava os valores em dinheiro vivo.

Os presos foram levados à sede da Polícia Federal em São Paulo. Os carros importados deles também foram apreendidos.

O bando atuava na lavagem de dinheiro do contrabando de cigarros e do tráfico internacional de drogas e recentemente expandiu os negócios para ocultação de valores de desvios de recursos da área da saúde. As investigações revelaram uma movimentação de R$ 700 milhões em três anos.

A Justiça autorizou o bloqueio de mais de R$ 225 milhões de contas bancárias e R$ 30 milhões em bens. A polícia descobriu que antigos alvos de operações da Polícia Federal de combate à corrupção buscaram os serviços de uma empresa que se passava por instituição financeira para movimentar os valores milionários, uma espécie de "banco do crime".

Segundo o delegado Rodrigo de Campos Costa, da Polícia Federal, havia todo um sistema de lavagem de capital ilícito, com montagem de empresas fictíticas e expedição de nota. Ao final, havia a entrega física de dinheiro.

Para fazer esses repasses em dinheiro vivo, a empresa contratava carros-fortes. A polícia procura agora outros "clientes" que usavam a instituição para lavar dinheiro de crimes. A investigação teve início depois da delação premiada do piloto de helicóptero Felipe Ramos Morais, que detalhou um esquema do PCC de lavagem do dinheiro da venda de toneladas de cocaína para grupos criminosos da Europa.