Barragens seriam opções contra enchentes no Acre, mas proposta não sai do papel

Barragens também podem ser usadas para abastecimento, irrigação e, principalmente, para a geração de energia em hidrelétricas

Da redação

A construção de barragens é apontada por especialistas como solução para as cheias que causam tantos prejuízos na Amazônia. É o caso do Acre, onde há uma situação de emergência que afeta mais de 100 mil pessoas. Inclusive, a tragédia causada pelas chuvas não é novidade para a população local, pois se repete todo ano.

O Rio Acre percorre mais de 1.190 km, a maior parte do trajeto dentro do Acre. Por causa das chuvas dos últimos 15 dias, 19 das 22 cidades do estado entraram em estado de emergência.

Para o hidrólogo Jaime Ferici Gomes, a construção de barragens poderia seria opção contra o impacto das chuvas na cheia dos rios, o que acumularia a água excedente.

“Uma das principais características das barragens, mesmo não sendo totalmente direcionada para controle de cheia, é fornecer algum tipo de amortecimento, ou seja, de redução dos picos para cheias”, analisou o especialista.

Os reservatórios podem ser usados para abastecimento, irrigação e, principalmente, para a geração de energia em hidrelétricas. Também há barragens só para amortecer as cheias, mas as obras esbarram na burocracia.

O debate sobre a construção de barragens no Acre é antigo. Em 2012, o governo do estado firmou um convênio com a Federação Nacional dos Engenheiros para a elaboração de um projeto técnico de barragem, mas até hoje não saiu do papel.

“Em geral, a prioridade é geração hidrelétrica ou acúmulo de água para o abastecimento público, mas também que sempre foi a chamada regularização das vazões, que é cortar o pico das cheias, acumular água para os períodos de maior escassez”, explicou Luís Sauer, vice-diretor do Instituto de Energia e Ambiente da USP.

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