A Polícia Federal analisa celulares, pen-drives e documentos apreendidos na operação de ontem, que investiga suspeita de fraudes em cartões de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de assessores.
Os advogados de Jair Bolsonaro sinalizaram à Polícia Federal que agora o ex-presidente pode depor, já que tiveram acesso ao processo. A tática da defesa é negar que Bolsonaro sabia das fraudes e que um dos presos, o ex-ajudante de ordens da presidência, o coronel Mauro Cid, agiu por iniciativa própria.
Os defensores do ex-presidente estudam a melhor forma de adotar esse discurso sem "queimar" Mauro Cid.
Cid é visto como alguém que tem informações que podem comprometer Bolsonaro em outros inquéritos, como o de oito de janeiro e das joias da Arábia Saudita.
Na busca e apreensão na casa de Bolsonaro, a Polícia Federal levou o celular, um pendrive e documentos, mas não considerou necessário apreender o passaporte e uma arma do ex-presidente.
O instituto de criminalística está abrindo os dados do telefone de Bolsonaro para acessar inclusive mensagens e arquivos que tenham sido apagados. Após fazer a cópia das informações, o celular será devolvido.
A Polícia Federal também avalia um registro de vacinação de Bolsonaro em uma unidade de saúde na zona norte de São Paulo. Segundo dados do sistema do Ministério da Saúde, o então presidente teria recebido a primeira dose da vacina Janssen no dia 19 de julho de 2021, data em que Bolsonaro não estava na capital paulista. A investigação na Controladoria Geral da União está sob sigilo.