Em 2023, os consumidores brasileiros bateram recorde em compras internacionais pela internet. Foram 210 milhões de encomendas, o que equivale a R$ 6,420 bilhões em gastos com os produtos. O valor é mais que o dobro do que foi consumido em 2022, segundo a Receita Federal.

Um dos motivos é que, desde agosto do ano passado, não há cobrança do imposto de importação para encomendas até 50 dólares, equivalente a R$ 250 atualmente. Para a Receita, isso impulsionou as compras. As plataformas precisam estar cadastradas num programa de conformidade do órgão, o “Remessa Conforme”. Só que essa isenção de taxas gera críticas do setor varejista brasileiro.

Em fevereiro, mais de 40 entidades ligadas à indústria e ao comércio assinaram um manifesto que pedia a volta imediata da taxação das importações via comércio eletrônico. A alegação é que a isenção dos tributos para plataformas de e-commerce prejudica o mercado nacional. O governo sinalizou que a cobrança voltará, mas não definiu uma data nem de quanto será.

“A nossa indústria e o nosso comércio também tem que se preparar para vender para fora. Nesse sentido, tem que ser competitivo com essas outras economias”, avaliou o economista Marcos José Valle.