Jornal da Band

Brasil reforça barreiras contra gripe aviária e preços podem aumentar

País tem rígido controle e está livre da doença, o que pode impulsionar exportação de frango e ovos em 2023

Ticiano Kessler

Sempre na mesa do brasileiro, os ovos e o frango podem faltar na mesa em 2023. Com a gripe aviária afetando o mercado internacional, o Brasil, que exporta 40% de todo o frango no mundo, deve exportar ainda mais, graças às barreiras contra a doença. 

Segundo o engenheiro agrônomo Evaristo de Miranda, a gripe aviária fez os Estados Unidos abater 53 milhões de aves. “Ela acomete vários países da Europa. E a produção e exportação de frangos na Europa vem caindo a cada ano e vai cair ainda em 2023. E agora chegou na fronteira do Brasil”, pontua. 

Com rígido controle, o Brasil está livre da doença. Nesse aviário gaúcho, o acesso é restrito e caminhões passam por desinfecção para garantir a saúde. "Já, há anos, a gente tem evitado que pessoas de outros países. Muitas vezes, a gente não sabe de onde eles estão vindo, então, nós evitamos que eles vão visitar nossas instalações, principalmente de aves livres, aves soltas, para não corrermos o risco de estar levando contaminação pras nossas aves”, diz João Carlos Müller, diretor da Naturovos. 

A boa condição sanitária do Brasil deve impulsionar a exportação de ovos em 2023. A Associação Brasileira de Proteína Animal estima alta de 10% e a projeção também é positiva para venda externa de carne de frango. 

A expectativa para este ano é de 5,2 milhões de toneladas, superando em 8,5% o recorde de 2022. Na maior produtora de ovos gaúcha, são três milhões de unidades por dia. Metade é comercializada em pó ou líquido para facilitar a exportação e a meta é ampliar mercados. 

"Estamos investindo muito nos países aqui da América Latina, que temos interesse em desenvolver novos clientes. Temos outros países do Oriente Médio, Japão, buscando novos mercados nos nossos produtos”, explica João Carlos. 

“É hora de fortalecer a agropecuária brasileira, sobretudo, os serviços de defesa. A ameaça está nas nossas fronteiras e ninguém quer matar a galinha dos ovos de ouro”, analisa Evaristo.

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